A polícia afirmou, neste domingo (2), que, nesta etapa, descarta uma motivação terrorista após o ataque com faca que deixou pelo menos dez pessoas feridas, nove delas em estado grave, no dia anterior em um trem perto de Cambridge, na Inglaterra, e pelo qual dois suspeitos foram presos.
"Neste momento, não há nada que sugira que este tenha sido um incidente terrorista", disse o superintendente da Polícia de Transportes britânica, John Lovelace, em uma breve coletiva de imprensa. Ele também especificou que as duas pessoas presas sob suspeita de tentativa de homicídio são um "homem negro britânico de 32 anos e um britânico de ascendência caribenha de 35 anos".
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, qualificou o incidente como "horrível" e "profundamente preocupante". "Meus pensamentos estão com todos os afetados, e meu agradecimento aos serviços de emergência pela sua resposta”, acrescentou.
A polícia foi ao local após receber o alerta por volta das 19h40min locais e o trem foi parado em Huntingdon, uma cidade da região de Cambridge. A empresa ferroviária London North Eastern Railway (LNER) disse que todas as suas linhas foram fechadas enquanto os serviços de emergência lidavam com o incidente.
Testemunhas ouvidas pelo jornal The Times indicaram ter visto um homem armado com uma grande faca e passageiros escondendo-se nos banheiros do trem para se protegerem. Uma delas disse ter visto "sangue por toda parte". Os crimes com armas brancas aumentaram de forma constante na Inglaterra e no País de Gales desde 2011, segundo dados oficiais do governo britânico.
Embora o Reino Unido tenha um dos controles de armas mais rigorosos do mundo, Starmer classificou a proliferação dos crimes com armas brancas como uma "crise nacional".
Desde sua chegada ao poder em julho de 2024, o governo trabalhista tem tentado conter seu uso. Cerca de 60 mil facas foram "apreendidas ou entregues" na Inglaterra e no País de Gales em uma década, segundo o Ministério do Interior.
Carregar uma faca em público pode levar a até quatro anos de prisão, e o governo afirmou que os homicídios com armas brancas foram reduzidos em 18% no último ano.