Ataque em cidade do Centro da Itália foi motivado por ódio racial
Seis africanos foram baleados por homem ligado a partido de extrema-direita
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Os seis feridos são cidadãos de Mali, Gana e Nigéria, segundo a agência de notícias Agi. O suspeito, identificado pela imprensa como Luca Traini, 28, foi interrogado pela polícia horas depois. "Foi um ato de evidente ódio racial", estimou o ministro italiano do Interior, Marco Minniti, após uma reunião com as forças de ordem locais.
O ataque é fruto de uma cultura "de extremismo de direita com referências claras ao fascismo e nazismo", acrescentou o ministro, assinalando que o único vínculo entre as vítimas "era a cor de sua pele". O atirador foi preso na escadaria do monumento aos mortos da cidade, segundo imagens de TV.
Após parar seu carro em frente ao monumento, tirou o casaco, enrolou a bandeira italiana ao redor do pescoço, fez a saudação fascista e gritou "Viva a Itália!", informou a imprensa local, citando testemunhas.
A polícia encontrou uma arma no carro do suspeito, que, segundo a imprensa, admitiu os fatos. Ele abriu fogo em oito pontos diferentes da cidade, e o escritório do Partido Democrata (centro-esquerda, no poder) teria sido um dos alvos.
Atirador chegou a ser candidato
Luca Traini foi candidato da Liga do Norte, partido de ultradireita antimigração e antieuropeu, nas eleições administrativas em uma localidade da região em 2017. "Alguém que atira é um criminoso, não importando a cor de sua pele", reagiu o responsável da Liga Norte, Matteo Salvini, que faz campanha eleitoral para as legislativas de 4 de março, antes de denunciar a "invasão migratória" na Itália.
"O ódio e a violência não irão nos separar", declarou o chefe de governo italiano, Paolo Gentiloni.