Australiano é indiciado por tentar traficar para a Coreia do Norte
Homem é suspeito de tentar vender componentes de mísseis e carvão norte-coreano no mercado negro internacional
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O detido poderia ter coletado "dezenas de milhões de dólares" para a Coreia do Norte, segundo as autoridades. O vice-comissário Neil Gaughan se recusou a dizer quem eram os potenciais compradores internacionais, indivíduos ou entidades, mas afirmou que nenhum "governo ou autoridades governamentais" está envolvido na tentativa de tráfico.
O homem é suspeito de ter tentado vender uma unidade de produção de mísseis balísticos, projetos, componentes e conhecimento tecnológico norte-coreano. "Este homem é um agente da Coreia do Norte. Acreditamos que ele atuava com um objetivo puramente patriótico", acrescentou Gaughan. O suspeito estava em contato com altos funcionários norte-coreanos.
A Coreia do Norte está sujeita a severas sanções que buscam privar o país de seus recursos, por causa de seus programas balístico e nuclear. O suspeito, que vive na Austrália há 30 anos, utilizava o serviço de mensagens criptografadas para tentar organizar transações. Também é suspeito de tentar vender carvão norte-coreano para entidades na Indonésia e no Vietnã. Ele enfrentará seis acusações. A polícia não descarta a abertura de novos inquéritos e disse que está investigando uma possível tentativa de tráfico de pedras preciosas.
Esta é a primeira vez que um suspeito é indiciado na Austrália sob a lei sobre armas de destruição em massa e violação de sanções do Conselho de Segurança da ONU. "Nós nunca vimos nada assim em território australiano", ressaltou Gaughan. "É uma prisão muito importante, as acusações são muito graves", reagiu, por sua vez, o primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull. "É vital que todas as nações apliquem as sanções" contra a Coreia do Norte. Pyongyang realizou recentemente vários disparos de mísseis e testes nucleares, aumentando a preocupação da comunidade internacional.