Berlim promete uma "festa da liberdade" nos 20 anos da queda do muro

Berlim promete uma "festa da liberdade" nos 20 anos da queda do muro

Líderes mundiais confirmaram presença

AFP

Berlim promete uma "festa da liberdade" nos 20 anos da queda do muro

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Berlim promete que fará das comemorações programadas para esta segunda-feira, dia em que o chamado "muro da vergonha" foi derrubado, uma verdadeira "festa da liberdade". As celebrações remetem ao clímax da lenta desintegração dos regimes comunistas da Europa Oriental e da censura histórica, após meio século de confrontos entre blocos hostis e que marcou a reunificação da Alemanha e do continente europeu.

Na noite de 9 de novembro de 1989, o mundo assistiu incrédulo o espetáculo de milhares de alemães orientais apertando as mãos dos compatriotas no Ocidente, após a inesperada abertura das passagens. Na segunda, a chanceler Angela Merkel, que cresceu na ex-Alemanha Oriental e cuja carreira política começou com a queda do muro, receberá diplomatas e líderes mundiais na famosa festa no Portão de Brandemburgo.

Também são esperados líderes das antigas potências que ocuparam a cidade, como o primeiro-ministro inglês Gordon Brown, além dos presidentes francês e russo Nicolas Sarkozy e Dmitri Medvedev, respectivamente. Os Estados Unidos serão representados pela secretária de Estado Hillary Clinton. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, também confirmou presença.

Estão agendadas ainda reuniões bilaterais para discutir temas como o Afeganistão, Irã e futuras posições da União Européia. Entre os ilustres convidados, são esperados o último líder soviético Mikhail Gorbatchev e o ex-líder anticomunista polonês Lech Walesa. Ainda haverá um concerto ao ar livre da orquestra da Staatsoper de Berlim, com o maestro argentino-israelense Daniel Barenboim.

As autoridades alemãs e estrangeiras discursarão diante de milhares de dominós de 2,50 metros de altura que vão cair por dois quilômetros para simbolizar a queda do Muro que dividiu Berlim por 28 anos (desde 1961). O governo alemão divulgou ainda que haverá queima de fogos e shows, além de uma gigante corrente humana que irá marcar o antigo traçado do muro.

O dia começará com um ato ecumênico na Igreja do Getsemani, o ex-centro da dissidência em Berlim Oriental. Angela Merkel e outras personalidades políticas, em seguida, irão cruzar a ponte Bornholmer Strasse, onde ficava um dos primeiros postos abertos em 1989.

A cidade espera a presença de 100 mil pessoas para as festividades da noite, "se o tempo estiver bom". Se a chuva der uma trégua na capital alemã, esperam-se mais visitantes do que em 1999, durante as comemorações dos 10 anos da queda do muro, quando apenas 30 mil pessoas enfrentaram a chuva e o frio para assistir a uma celebração sóbria, longe da alegria prometida. Os hotéis, pelo menos, já estão tomados por hordas de turistas e jornalistas de todo o mundo.

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