Biden enfrenta teste decisivo para sua candidatura em coletiva de imprensa

Biden enfrenta teste decisivo para sua candidatura em coletiva de imprensa

Presidente receberá repórteres no centro de conferências que recebe a cúpula da Otan, em Washington

AFP
Presidente vem sendo questionado se pode concorrer na eleições

Presidente vem sendo questionado se pode concorrer na eleições

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O presidente Joe Biden, de 81 anos, arrisca a sua sobrevivência política em cada aparição pública, mas a coletiva de imprensa que dará nesta quinta-feira (11) pode ser decisiva para a sua candidatura às eleições de novembro.

A Casa Branca não deu detalhes sobre a entrevista coletiva em que os jornalistas irão, sem dúvida, abordar o estado de saúde e a agilidade mental do democrata depois do seu desempenho calamitoso no debate de junho contra o republicano Donald Trump.

A coletiva está marcada para 17h30, horário local (18h30 no horário de Brasília), no centro de conferências que recebe a cúpula da Otan em Washington esta semana. Um passo errado pode selar o seu destino. Biden terá que falar com voz clara e confiante, sem anotações ou teleprompter.

A maneira como responderá será tão importante quanto o conteúdo. Biden lida com a gagueira desde criança. Nunca foi um orador brilhante e a improvisação não é o seu ponto forte, mas nesta quinta-feira terá que convencer de que é capaz de enfrentar Trump nas urnas.

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Erros notáveis

Não será fácil para ele. Nos últimos meses cometeu erros notáveis, como em fevereiro, quando mencionou o ex-presidente francês François Mitterrand, falecido em 1996, em vez de Emmanuel Macron, e o também falecido Helmut Kohl em vez da ex-chanceler alemã Angela Merkel.

Nesta quinta-feira, ele não pode cometer erros como estes, já que está sob forte pressão do seu Partido Democrata, e inclusive de estrelas de cinema como George Clooney, para que desista da disputa.

Uma pesquisa Ipsos publicada nesta quinta-feira pelo Washington Post e pela ABC não mostra queda nas intenções de voto a nível nacional desde o debate: Joe Biden e Donald Trump estão empatados com 46% cada. Mas 67% dos entrevistados acreditam que Biden deveria retirar sua candidatura.

Entre os eleitores democratas, 56% pensam assim. Desde o final de junho, as dúvidas sobre a sua candidatura ofuscaram as tentativas desesperadas da sua equipe de campanha de redirecionar a atenção para o seu antecessor Trump, que consideram um perigo para a democracia.

Nesta quinta-feira, publicou um vídeo no qual descreveu o milionário de 78 anos como um fantoche do presidente russo, Vladimir Putin.- 'Tomar uma decisão' -Mais de oito congressistas democratas da Câmara de Representantes e um senador pediram abertamente a Biden que desista da corrida à Casa Branca.

Mas muitos outros questionam a sua capacidade de vencer as eleições. 'Parece cada vez mais provável que esta seja uma montanha alta demais para escalar', disse o congressista Greg Landsman à CNN nesta quinta-feira. Grandes figuras do partido, como a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, pedem ao presidente que 'tome uma decisão', uma forma sutil de dizer que a decisão que tomou - de permanecer na disputa - não é necessariamente a certa.

Os senadores democratas, por sua vez, planejam almoçar nesta quinta-feira com três assessores de Biden. Desde que assumiu a Presidência, o democrata deu 36 coletivas de imprensa, segundo a pesquisadora Martha Joynt Kumar, citada pela plataforma Axios. E costuma fazê-lo durante viagens internacionais ou visitas de líderes estrangeiros. Entre os seus seis antecessores, apenas o republicano Ronald Reagan deu menos entrevistas.


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