Bolívia suspende sessão da OEA sobre Venezuela convocada para esta segunda

Bolívia suspende sessão da OEA sobre Venezuela convocada para esta segunda

País está na presidência do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos

Agência Brasil

Bolívia suspende sessão da OEA sobre Venezuela convocada para esta segunda

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A Bolívia, que desde o último sábado tem a presidência rotativa do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), suspendeu hoje (3) a sessão extraordinária convocada sobre a Venezuela a pedido de 20 países-membros. A informação é da Agência EFE.

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O embaixador da Bolívia na OEA, Diego Pary, confirmou que "a reunião está suspensa" a um grupo reduzido de meios de comunicação, entre eles a Agência EFE, após tomar posse como presidente do Conselho, um cargo protocolar que dura três meses e no qual substitui Belize.

Todas as fontes consultadas pela EFE consideram que este passo dado pela Bolívia é incomum, já que, embora o regulamento não seja preciso neste sentido, sempre ficou entendido que o presidente do Conselho tem uma função de coordenador e que atua em consulta aos Estados.

Decisão "unilateral"

O embaixador mexicano na OEA, Luis Alfonso de Alba, considerou que a decisão "unilateral" e "sem justificativa" da Bolívia é "um abuso que não tinha sido visto nunca nesta casa" e uma "falta muito grave".

"É um abuso do exercício da presidência e me preocupa muito porque hoje é o primeiro dia (útil) de sua presidência" do Conselho Permanente, disse De Alba a jornalistas, entre eles a EFE.

De Alba segue firme na intenção de a sessão do Conselho sobre a Venezuela seja realizada hoje e sugeriu a possibilidade de que pelo menos os 20 Estados convocantes compareçam ao Salão Bolívar, a sede do Conselho Permanente, às 14h locais (15h, em Brasília), quando estava previsto o começo da reunião.

O embaixador mexicano afirmou que pretende comparecer à reunião informal convocada pela Bolívia às 16h locais (17h, em Brasília), mas considera que este encontro "em nenhum caso pode ser substituto" da sessão do Conselho sobre a Venezuela.

A convocação

Os 20 países que tinham solicitado a sessão de hoje são Canadá, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia, Jamaica, Barbados, Bahamas, Guiana, Uruguai e Belize.

A convocação foi feita com o objetivo de "considerar os recentes eventos" na Venezuela, mas em sua ordem do dia levava incorporada a votação de uma minuta de resolução que inclui as reivindicações mais exigentes que feitas pelos países da OEA até agora ao governo de Nicolás Maduro.

O texto expressa uma "profunda preocupação com a grave alteração inconstitucional da ordem democrática" na Venezuela e o "apoio contínuo por um diálogo e negociação que leve à restauração da ordem democrática".

Declara, portanto, que "as decisões (canceladas depois da apresentação do texto) do Supremo Tribubal da Venezuela de suspender de poderes a Assembleia Nacional (de maioria opositora) são inconsistentes com a prática democrática e são uma alteração da ordem constitucional" na Venezuela.

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