Bolsonaro critica adoção de "passaporte Covid": "Isso é um crime"

Bolsonaro critica adoção de "passaporte Covid": "Isso é um crime"

Medida em SP prevê que só quem tomou ao menos uma dose da vacina poderá participar de eventos com mais de 500 pessoas


AE

Bolsonaro sugeriu que adquiriu imunidade contra a covid-19 ao citar suposto resultado de exame IgG

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, chamou de "crime" o decreto adotado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que estabelece o chamado "passaporte Covid" no estado. De acordo com a medida, as pessoas precisarão comprovar que tomaram pelo menos uma dose da vacina para frequentar eventos com mais de 500 pessoas.

"Liberdade acima de tudo. Quererem criar um passaporte da Covid, isso é um crime. Querer impor regras por decretos estaduais ou municipais, violando o artigo 5º da Constituição, isso é um crime", disse nesta quinta-feira em cerimônia de assinatura de autorizações ferroviárias no Palácio do Planalto.

Bolsonaro sugeriu que adquiriu imunidade contra a Covid-19 ao citar suposto resultado de exame IgG, utilizado para verificar nível de produção de anticorpos do organismo contra o vírus causador da doença.

Uso da máscara

Ele direcionou sua fala ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre quem tem exercido pressão publicamente para formular parecer técnico em favor do fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, apesar de evidências científicas indicarem a eficácia do item de segurança sanitária no controle do número de casos. "Deixo claro, Queiroga, te mostrei meu IGG hoje. 991. Não vou entrar em detalhe. Obrigado, Osmar Terra."

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), um dos parlamentares mais próximos do presidente, defendeu em diversas ocasiões teses contrárias ao consenso científico sobre o combate à pandemia do novo coronavírus.

Imunidade de rebanho

Em diversas manifestações, Terra apoiou a reabertura de estabelecimentos onde ocorrem aglomerações sob a justificativa de que a população poderia adquirir a chamada "imunidade de rebanho", apesar de órgãos de saúde ressaltarem, já naquela época, a vacinação em massa como única forma possível de superar a crise.

O presidente assumiu que lhe falta conhecimento em assuntos técnicos ao dizer que faz perguntas óbvias aos seus ministros. "Sei das minhas limitações. Pergunto coisas óbvias para ministros. Eles ficam olhando espantados para mim. Eu prefiro que me corrija aqui do que cometer uma gafe em público."


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