Boris Johnson anuncia investigação independente sobre gestão da pandemia

Boris Johnson anuncia investigação independente sobre gestão da pandemia

Críticos alegam que a ação é tardia, o presidente diz estar esperando o momento certo

AFP

Boris Johnson também exonerou 11 membros do governo anterior

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O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou, nesta quarta-feira (12), que uma investigação independente, há muito solicitada pela oposição, será realizada na primavera do hemisfério norte em 2022 sobre a sua criticada gestão da pandemia de coronavírus. A investiação terá capacidade para "tomar declarações orais, em público e sob juramento", afirmou Johnson perante os deputados.

Segundo o político, diante de uma tragédia como essa, o  Estado tem a obrigação de examinar com a maior honestidade possível e aprender com elas. Johnson comprometeu-se a consultar as autoridades semi-autônomas da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que têm poderes na área da saúde.

Este anúncio é "um grande alívio", disse Jo Goodman, cofundador de um grupo de defesa das famílias afetadas pela Covid-19, mas considerou a primavera de 2022 "tarde demais". "Vidas estão em jogo", declarou, observando que "especialistas em saúde e cientistas estão alertando sobre uma terceira onda no outono". Para Goodman, uma revisão rápida no verão de 2020 poderia ter salvado nossos entes queridos que morreram na segunda onda neste inverno

Johnson foi muito criticado por sua gestão errática da pandemia, que matou mais de 127.500 pessoas no Reino Unido, o maior balanço de mortos na Europa. Ele foi acusado de reagir tarde demais, de comprar sem licitação equipamentos de proteção e de suspender as restrições muito rapidamente após o primeiro confinamento decretado na primavera de 2020.

No entanto, o sucesso da campanha de vacinação, que já administrou uma primeira dose a dois terços dos adultos, permitiu que ele recuperasse sua imagem e aos poucos aliviasse as restrições após um terceiro confinamento iniciado em janeiro.

A oposição trabalhista exigia a investigação há algum tempo, mas o governo considerava prematuro iniciá-la em meio à crise sanitária.O líder trabalhista Keir Starmer saudou seu anúncio nesta quarta-feira, mas também considerou que sua implementação deveria começar mais cedo.


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