Câmara de Representantes formaliza processo de impeachment de Trump

Câmara de Representantes formaliza processo de impeachment de Trump

Presidente norte-americano chamou decisão de "maior caça às bruxas da história"

AFP e Correio do Povo

Câmara de Representantes formaliza processo de impeachment de Trump

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A Câmara de Representantes dos Estados Unidos formalizou nesta quinta-feira o processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. De acordo com a rede de notícias norte-americana CNN, 232 integrantes da casa votaram sim, contra 196 que foram contra a iniciativa. Os Democratas votaram em peso a favor, com dois deputados optando pelo não e um se abstendo. Já pelo lado dos Republicanos, houve três abstenções e os demais votaram contra. Logo após a decisão dos parlamentares, o chefe de Estado norte-americano usou o seu Twitter para criticar a definição. "A maior caça às bruxas da história", resumiu Trump na sua conta no microblog. 

A CNN destacou que normalmente nestas votações o presidente da Câmara dos Representantes não vota. Nesta ocasião, porém, Nancy Pelosi, detentora do cargo e democrata, decidiu participar da votação aprovando a formalização do processo de impeachment. Ela e seus deputados inicialmente resistiram à realização de tal votação. E nesta semana, eles enfatizaram repetidamente que a medida não era de forma alguma uma votação sobre impeachment, mas simplesmente um movimento para estabelecer um processo para que as audiências públicas seguissem adiante.

"Hoje a Câmara tomou o seguinte passo, estabelecendo os processos para audiências abertas, conduzidas pela Comissão de Inteligência da Câmara, para que o público possa ver os dados por si mesmo", declarou Nancy antes da votação. "É um dia triste. Ninguém vem ao Congresso para tentar um impeachment contra o presidente", completou.

Os democratas tentam demonstrar que Donald Trump pressionou a Ucrânia a investigar o ex-vice-presidente democrata Joe Biden, pré-candidato para enfrentá-lo nas eleições de 2020 e ex-vice-presidente durante a gestão Barack Obama, o que o presidente classifica de "golpe de Estado". Biden e seu filho teriam cometido irregularidades em negócios com o país europeu. 

A Casa Branca também se manifestou oficialmente, considerando a decisão da Câmara dos Representantes como antiamericana. "É injusto, inconstitucional e fundamentalmente antiamericano", comentou em comunicado, contemplando que "os democratas nada fizeram além de consagrar violações inaceitáveis ao devido processo das regras" da casa. O texto da administração de Trump aponta ainda que Pelosi, e o presidente do Comitê de Inteligência, o também democrata Adam Schiff, além dos demais membros do partido, "realizaram reuniões secretas, a portas fechadas, impediram a administração de participar e agora votaram na autorização de uma segunda rodada de audiências que ainda não fornecem qualquer processo devido à administração".


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