Campanha eleitoral termina em Portugal com avanço da direita

Campanha eleitoral termina em Portugal com avanço da direita

Coalizão conservadora teria 37,5% dos votos, à frente do Partido Solialista com 32,5%

AFP

Coalizão conservadora teria 37,5% dos votos, à frente do Partido Solialista com 32,5%

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A campanha para as eleições legislativas em Portugal terminou nesta sexta-feira com uma guinada para a direita nas pesquisas, apesar da política de austeridade aplicada nos últimos anos. O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Antonio Costa, tinham até a meia-noite de desta sexta, para convencer os últimos indecisos antes das eleições no domingo.

Os dois candidatos percorreram o centro histórico de Lisboa e encerraram suas campanhas com dois grandes comícios. O de Passos Coelho foi perturbado por centenas de taxistas que protestavam nos arredores contra a empresa de transporte de passageiros Uber. A coalizão conservadora formada pelo Partido Social Democrata (PSD), de centro direita, e pelo Centro Democrático Social (CDS), de direita, dirigida por Passos Coelho, de 51 anos, lidera a maioria das pesquisas de opinião. Esse cenário era inimaginável há alguns meses.

Segundo uma média das três enquetes publicadas na quinta à noite, a coalizão conservadora teria 37,5% dos votos, à frente do PS, liderado por Costa, de 54 anos, ex-prefeito de Lisboa, com 32,5%. Nenhum dos lados parece em condições de reunir a maioria absoluta de 116 deputados em 230. Isso significa que, mesmo em caso de vitória, Passos Coelho pode se ver impossibilitado de formar um governo, se os socialistas escolherem uma frente comum com a esquerda antiliberal - entre 16% e 18% dos votos.

Os conservadores temem que o PS impeça um governo minoritário de direita, aliando-se com o Partido Comunista e com o Bloco de Esquerda, partido irmão do grego Syriza. Eleito em junho de 2011, Passos Coelho afirma que tirou Portugal de uma das piores crises de sua história. Ao chegar ao poder, Passos Coelho encontrou Portugal a beira do "default" e seu antecessor, o socialista José Socrates, acabara de pedir uma ajuda de 78 bilhões de euros à União Europeia e ao
Fundo Monetário Internacional (FMI).

Passos Coelho aplicou uma política de austeridade sem precedentes, que combinou elevação de impostos, redução de salários e do gasto público e privatizações. Em 2014, a economia portuguesa voltou a crescer, após três anos de recessão, e em julho de 2015 o desemprego era de 12%, contra 17,5% no início de 2013. Mas um português a cada cinco vive abaixo da linha da pobreza, com renda anual inferior a 5 mil euros.

Para Passos Coelho, uma vitória dos socialistas seria "uma volta às velhas políticas demagógicas que levaram o país à falência". Já Costa acusa Passos Coelho de exceder as exigências da UE, do Central Europeu e do FMI, aplicando um "programa de empobrecimento" da população.

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