Candidato ao Senado americano diz que gravidez resultante de estupro “é vontade de Deus”

Candidato ao Senado americano diz que gravidez resultante de estupro “é vontade de Deus”

Declaração polêmica pode afetar campanha de Mitt Roomney pela Casa Branca

AFP

Candidato republicano à presidência dos EUA, Mitt Roomney e seu colega de partido Richard Mourdock, candidato ao Senado

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O candidato republicano ao Senado pelo estado americano de Indiana, Richard Mourdock, afirmou que uma gravidez resultante de um estupro acontece porque essa "é a vontade de Deus". A polêmica declaração foi feita em um debate com seus dois adversários democratas, Joe Donnelly e Andrew Horning. "A vida é um presente de Deus. Acho que mesmo quando a vida se inicia em uma situação tão horrível como o estupro, é algo que Deus quis que acontecesse", afirmou o candidato.

A frase pode afetar a campanha do republicano Mitt Romney pela Casa Branca. Esta pode ser uma oportunidade para Barack Obama apresentar os republicanos como extremistas em termos de direitos das mulheres. "O presidente acredita que estas declarações são chocantes e insultantes para as mulheres. Isso nos lembra que um Congresso republicano que trabalhe consensualmente com um presidente republicano (...) vai considerar que as mulheres não podem tomar suas próprias decisões sobre sua saúde", afirmou a porta-voz da equipe de Obama, Jennifer Psaki.

Mitt Romney imediatamente tomou distância das declarações do membro de seu partido. A porta-voz de Romney, Andrea Saul, destacou que o candidato republicano "discorda das declarações de Richard Mourdock". Esta é a segunda vez que a campanha de Romney sofre com declarações controversas sobre estupro e aborto. Em agosto, o deputado Todd Akin provocou uma onda de críticas depois de ter afirmado que raramente uma mulher engravida depois de sofrer um estupro.

Ao explicar sua oposição total ao aborto - também em casos de estupro -, Akin, membro da Comissão de Ciências do Congresso e candidato a senador pelo estado de Missouri, afirmou que "os casos de gravidez depois de um estupro são muito raros". "Se for um verdadeiro estupro, o corpo da mulher tenta por todos os meios bloquear isso", acrescentou. "Nos casos em que isso acontecer (...) o castigo deve recair no estuprador e não na criança", acrescentou Akin, que já foi eleito seis vezes e é apoiado pelos ultraconservadores do "Tea Party".

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