Cardeais dos EUA se defendem de encobrimento de abusos sexuais
De acordo com religiosos, a análise das acusações irá constatar o não envolvimento com os casos
publicidade
• Vaticano corrige declaração do Papa sobre homossexualidade
O arcebispo Carlo Maria Vigano, um ex-enviado do Vaticano aos Estados Unidos, disse no último sábado que conversou em 2013 com o Papa Francisco sobre as acusações contra o cardeal americano Theodore McCarrick. O cardeal Donald Wuerl de Washington - que também foi solicitado a renunciar por encobrir abusos quando era bispo de Pittsburgh - negou ter conhecimento das acusações de abusos contra seu predecessor. "Durante todo o seu mandato como arcebispo de Washington ninguém se aproximou (de Wuerl) para lhe dizer "o cardeal McCarrick abusou de mim" ou fez qualquer outra denúncia similar", destaca um comunicado de sua arquidiocese.
O cardeal Daniel DiNardo, de Galveston-Houston, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, disse que as perguntas feitas por Vigano "merecem respostas que sejam conclusivas e baseadas na evidência". DiNardo declarou que estava "ansioso" para conhecer o Papa "para obter seu apoio ao nosso plano de ação", o que facilitaria a denúncia de atos de abusos e má conduta por parte dos bispos e melhoraria os procedimentos para resolver as queixas contra eles.
• Vítimas de abuso sexual na Igreja chilena exigem justiça
Vigano, que foi núncio papal em Washington entre 2011 e 2016, afirmou que Francisco ignorou suas advertências sobre McCarrick e suspendeu sanções canônicas previamente impostas. Em julho, o Papa aceitou a renúncia de McCarric, agora com 88 anos, que foi acusado de comportamento "gravemente imoral" com seminaristas e padres.
As denúncias de Vigano trouxeram especulações sobre a existência de uma campanha contra Francisco por parte da ala mais conservadora da Igreja. Os Estados Unidos têm a quarta população católica do planeta, depois de Brasil, México e Filipinas.