Chanceleres da OEA se reúnem para discutir caso Assange
Fundador do site WikiLeaks permanece na embaixada equatoriana em Londres
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A reunião de consulta de chanceleres, a qual a OEA recorre apenas em casos de extrema importância, foi aprovada a pedido do Equador na sexta-feira passada, apesar da oposição de Estados Unidos, Canadá e Trinidad e Tobago, que alegaram que o caso de Assange é de competência exclusiva de Quito e Londres. Equador, Colômbia, México, Argentina, Chile, Venezuela, Peru, Uruguai, Paraguai, República Dominicana, Haiti e Guiana estão representados por seus chanceleres; Brasil e Guatemala enviaram seus vice-ministros das Relações Exteriores. Os Estados Unidos enviaram o subsecretário de Estado para a América Latina, John Feeley.
Depois de ter conseguido o apoio da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o governo de Rafael Correa quer o apoio da OEA frente ao que denunciou como "ameaças" do governo britânico de invadir sua sede diplomática para deter Assange. Londres, porém, já descartou a possibilidade de entrar na embaixada do Equador, mas indicou que não concederá ao australiano um salvo-conduto e insiste em sua extradição à Suécia para que responda por acusações de crimes sexuais, os quais ele nega.
Assange procurou refúgio na embaixada equatoriana para evitar a extradição. O jornalista teme que a Suécia o extradite aos Estados Unidos, onde é investigado por espionagem por divulgar centenas de milhares de documentos sobre as guerras de Iraque e Afeganistão e correspondências confidenciais do Departamento de Estado pelo site WikiLeaks. O australiano sustenta que poderia ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte por isso. Mas Washington negou qualquer tipo de "perseguição" contra Assange.
Quito havia reconhecido que será difícil para a OEA chegar a uma decisão por consenso, diante das objeções de Estados Unidos e Canadá e das prováveis abstenções de países caribenhos anglófonos pertencentes à Comunidade Britânica. Os chanceleres podem aprovar resoluções com os votos de ao menos dois terços dos países presentes na reunião.