Cientistas avaliam maneiras de desviar asteróides que ameacem a Terra

Cientistas avaliam maneiras de desviar asteróides que ameacem a Terra

Corpo celeste passará próximo do planeta nesta sexta-feira, mas não oferece riscos

AFP

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Como evitar uma colisão entre a Terra e um asteróide? Enquanto esperam que um asteróide de 45 metros de diâmetro e 135 mil toneladas de peso passe muito perto da Terra nesta sexta-feira , cientistas de Europa, Rússia e Estados Unidos buscam a melhor maneira de desviar qualquer corpo celeste que possa ameaçar o planeta, como o que aniquilou os dinossauros. "Ninguém busca detonar um asteróide. Isto não é Hollywood e este remédio pode ser pior que o próprio mal, ao multiplicar os riscos" com a fragmentação do objeto, explicou o francês Erwan Kervendal, responsável por um dossiê no Astrium, que forma parte do EADS, o primeiro grupo europeu de aeronáutica e defesa.

O asteróide que pode passar perto da Terra não oferece riscos de colisão, já que passará a quase 30 mil quilômetros de distância, mas os cientistas examinam três opções para desviar um objeto que ameace o planeta, segundo Kervendal. Os europeus trabalham sobre uma opção que consiste em "atacar o objeto celeste a uma grande velocidade, cerca de 30 mil km/h, perto de seu centro de gravidade, sob um ângulo particular para fazê-lo desviar", explicou ele, que dirige o projeto "de impactador cinético" no Astrium.

Os cientistas americanos trabalham sobre a atração que pode ser exercida por um veículo espacial colocado por muito tempo perto do asteróide, e que funcionaria como "trator de gravidade", segundo o especialista do Astrium.
Os russos estudam uma terceira opção, que consiste em um desvio da trajetória por efeito do sopro vinculado a uma explosão perto do asteróide.
Os cientistas e industriais se reunirão em março em Bruxelas para discutir estas opções, anunciou o especialista.

Nesta reunião será feito o primeiro balanço anual do programa da União Europeia NEO-Shield (Escudo contra os objetos próximos da Terra), ou geocruzeiros, lançado com uma duração de três anos no início de 2012, indicou Kervendal. "Cada um trabalha sobre um eixo, mas vamos juntar nossos conhecimentos e nossos dados matemáticos", afirmou o cientista francês, ressaltando que não se trata de uma concorrência entre as equipes, mas de uma colaboração.

Depois que o conceito "mais eficaz e realizável industrialmente" for escolhido, em meados de 2015, serão necessários ainda muitos anos para encontrar uma solução operacional, admitiu. "Se a UE aceitar a proposta, um demonstrador será lançado até 2020 para validar a opção escolhida e mostrar que consegue alcançar um objeto, provavelmente para além de 36.000 km de altitude, onde giram os satélites de comunicações", explicou. "Em função do interesse de nossos dirigentes, e uma vez demonstrado que funciona, passaremos para a etapa de financiamento do desenvolvimento da tecnologia operacional", acrescentou o responsável da Astrium, que comsiderou prematuro fornecer mais detalhes sobre o estudo e os prazos.

O asteróide "2012 DA 14", que passará perto da Terra nesta sexta-feira, produziria, se colidisse com nosso planeta, danos comparáveis ao que destruiu a selva siberiana, em um raio de 20 km, em 1908 em Toungouska por uma onda de choque equivalente a centenas de vezes a bomba de Hiroshima. O meteorito que se chocou contra a península de Yucatán há 66 milhões de anos - e que seria responsável pela extinção dos dinossauros - media 10 km de diâmetro.

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