Clã Trump começa a depor em julgamento que ameaça império da família

Clã Trump começa a depor em julgamento que ameaça império da família

Ex-presidente e três dos seus filhos serão julgados por fraude financeira

AFP

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Além do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, três dos seus filhos irão depor a partir desta quarta-feira (1º) no julgamento civil que decorre em Nova York por fraude financeira e que ameaça seu império imobiliário. Se tudo correr conforme o planejado, os depoimentos do clã familiar começam nesta quarta-feira com Donald Trump Jr., de 45 anos, e continuam na quinta-feira com Eric Trump, de 39.

Ambos são vice-presidentes executivos da Organização Trump, um conglomerado de diversas empresas que administram arranha-céus residenciais e comerciais, hotéis de luxo e campos de golfe em todo o mundo. Assim como o pai, eles são acusados pela procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, de inflacionar o patrimônio do grupo em milhões de dólares para obter empréstimos bancários mais vantajosos e melhores condições de seguros.

Se o juiz cumprir o calendário, Donald Trump pai, de 77 anos, será interrogado na segunda-feira (6), a quase um ano do dia antes das eleições presidenciais de 5 de novembro de 2024, às quais espera concorrer para retornar à presidência dos Estados Unidos. Ivanka Trump, que deixou a Organização Trump em 2017 para ingressar na Casa Branca como assessora do 45º presidente dos Estados Unidos, irá depor dias depois, embora não seja indiciada.

Multas

Sócios de longa data dos negócios da família, Donald Jr e Eric Trump são também fervorosos aliados políticos do ex-presidente dos EUA, uma lealdade inabalável que demonstram diariamente na imprensa e nas redes sociais. Não é esperado que desviem da linha estabelecida pela defesa desde que o julgamento começou, há um mês.

Os advogados alegam que a valorização dos ativos do grupo, como a Trump Tower e o edifício 40 de Wall Street, foi subjetiva mas honesta, e que os bancos não perderam um único dólar ao emprestar dinheiro à Organização Trump. Por sua vez, Donald Trump critica um julgamento "injusto", promovido por uma procuradora "corrupta", Letitia James, e por um juiz "canalha", Arthur Engoron, a favor dos democratas para impedir que volte à Casa Branca.

Frequentemente presente nas audiências, o favorito nas pesquisas às primárias republicanas transforma cada uma das suas idas e vindas pelos corredores do tribunal em uma mini conferência de imprensa. Ele alega que é vítima de uma maquinação judicial, como nos outros quatro casos em que enfrenta acusações criminais, especialmente por tentar anular as eleições presidenciais de 2020.

Em diversas ocasiões, foi proibido pelos juízes de falar sobre os funcionários do tribunal, ou mesmo sobre testemunhas, para evitar pressões. Em Nova York, o juiz Engoron impôs duas multas a Trump, de 5 mil e 10 mil dólares (25.284 e 50.569 reais na cotação atual), que ele já pagou integralmente, por atacar a secretária judicial do tribunal.

Sua presença nas audiências é também um sinal da importância que Donald Trump dá ao caso. Embora não enfrente pena de prisão, o julgamento pode resultar na perda do controle de parte de seus imóveis, além de multa de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais) e a proibição de administrar empresas em Nova York.


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