Começa julgamento de espanhol acusado de de esquartejar médico colombiano na Tailândia

Começa julgamento de espanhol acusado de de esquartejar médico colombiano na Tailândia

Pela lei tailandesa, Daniel Sancho, de 29 anos, pode ser condenado à pena de morte

AFP

Juan Gonzalo Ospina, advogado da família da vítima, pede condenação "contundente"

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Um tribunal da turística ilha tailandesa de Koh Samui começou nesta terça-feira (9) o julgamento contra o espanhol Daniel Sancho, acusado de assassinar premeditadamente e esquartejar o médico colombiano Edwin Arrieta, cuja família pediu uma condenação "contundente". O acusado de 29 anos, filho do ator espanhol Rodolfo Sancho, se declarou inocente em um audiência judicial em novembro desse caso que ocorreu no início de agosto na ilha vizinha de Koh Pha Ngan, conhecida por seus luaus.

Em meio a um calor escaldante, o início do julgamento contou com uma ampla expectativa midiática, embora os repórteres não tenham podido entrar na pequena sala de audiências. Nela esteve o pai do acusado, conhecido na Espanha por séries como "Al Salir de Clase" e "O Ministério do Tempo". Rodeado por uma multidão de repórteres ao chegar ao tribunal no início da manhã, Rodolfo Sancho limitou-se a dizer que seu filho "está bem", enquanto passava pela imprensa.

O advogado de acusação, Juan Gonzalo Ospina, disse em frente ao tribunal que os familiares de Arrieta "esperam que a lei tailandesa seja contundente, que se possa dizer a verdade". Ao sair para uma pausa, Ospina declarou à imprensa que "vimos Daniel Sancho muito tranquilo. Em minha experiência como criminalista não consegui achar que ele mostre arrependimento".

Após recordar que o acusado reconheceu sua responsabilidade apenas na ocultação do cadáver, o advogado disse que "Daniel não reconhece que tenha assassinado alguém, nem com premeditação nem sem premeditação". Comentou que foi "impactante" ver o acusado com algemas. "É uma imagem que dá calafrios vê-lo preso pelos pés e mãos com algemas". O julgamento deve se prolongar até meados de maio, com dezenas de testemunhas previstas para depor.

Sancho está em prisão provisória na Tailândia desde agosto, quando a polícia disse que o jovem chef admitiu o assassinato do cirurgião colombiano de 44 anos. Sob a lei tailandesa, um homicídio premeditado pode levar à pena de morte. No entanto, a família do colombiano já disse que não deseja a pena capital.

"Queremos para ele (...) prisão perpétua. Que o deixem na Tailândia, para que tenha tempo, todo o tempo que Deus lhe dê de vida para pensar no que fez, que não esquartejou apenas meu irmão, ele esquartejou uma família", disse a irmã do médico colombiano, Darling Arrieta, em um documentário na HBO sobre esse caso, e que estreou na Espanha coincidindo com o início do julgamento.

No mesmo documentário, Rodolfo Sancho defende seu filho, dizendo que Edwin Arrieta o havia "ameaçado", e que a partir daí "houve uma luta e nessa luta, houve um acidente". Segundo a imprensa espanhola, a defesa de Sancho alegará que o assassinato não foi premeditado, mas que atuou em legítima defesa.

O chef espanhol enfrenta outras duas acusações: ocultar o corpo de Arrieta, depois de tê-lo esquartejado como confessou à polícia, e destruir o passaporte do colombiano, algo que nega. O advogado de defesa, Apichart Srinual, confirmou que Sancho estará presente na audiência, mas evitou responder às perguntas da imprensa. O promotor do caso também não quis falar com os meios de comunicação antes da audiência.

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