Começa julgamento por acobertamento do atentado contra centro judaico na Argentina
Crime aconteceu em 1994 e deixou 85 mortos
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O advogado de defesa, Omar Daer, afirmou que seu cliente de 85 anos vai acompanhar a audiência por videoconferência. "É uma vergonha, quis evitar as fotos", declarou Diana Malamud, representante da Associação Memória Ativa e cujo marido trabalhava na AMIA, morto no atentado. Sergio Burstein, do grupo de familiares 18J, acrescentou: "nós sofremos com o ocultamento, o engano. Riram na nossa cara. Nos negaram saber a verdade. O que esperamos é torcer o braço da impunidade". Outro réu ausente foi o ex-chefe dos serviços de inteligência Hugo Anzorreguy, que também deve seguir a audiência por videoconferência de uma clínica, onde está internado devido a uma infecção.
Junto ao senador Menem e Anzorreguy, o destituído juiz Juan José Galeano, que era encarregado da instrução e um ex-dirigente da comunidade judia figuram entre os réus que enfrentarão o Tribunal Oral Criminal Federal 2 na capital.
Justiça argentina
Desde 18 de julho de 1994, quando foi realizado o pior atentado da história argentina em um tradicional bairro comercial de Buenos Aires, os familiares das vítimas reclamam justiça. Os ex-funcionários do Irã são acusados de terem organizado o ataque contra a Associação e de ter encarregado o grupo armado libanês Hezbollah de realizar o ataque, algo que Teerã sempre negou.
Os promotores Roberto Salum e Sabrina Namer integram a equipe da Unidade de Investigação AMIA, que substituiu Alberto Nisman, encontrado morto em janeiro passado. Mas os que estarão agora no banco dos réus não são acusados do atentado em si, e sim de terem ocultado provas e obstruído as investigações.
Entre outros delitos, são acusados de violação dos meios de prova, falsidade ideológica, acobertamento, abuso de autoridade e peculato e, em alguns casos, coação de testemunhas, privação abusiva da liberdade e prevaricação (por resolver com base em provas adulteradas).