Como outros países usam sistemas de contenção para enchentes

Como outros países usam sistemas de contenção para enchentes

Governos do exterior apostam em estratégias como túneis subterrâneos, estruturas com vegetação para absorção e dunas costeiras

Correio do Povo

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As enchentes no Brasil e no Rio Grande do Sul têm deixado rastros de destruição, com mortes e uma série de prédios e edifícios danificados nas cidades. O problema é ocasionado pela mudança climática, mas também há toda a questão envolvendo a infraestrutura que países utilizam para se protegerem de maiores danos causados pela força da água. 

Em Porto Alegre, com o avanço significativo do nível do Guaíba, o sistema complexo envolvendo 68 quilômetros de diques, 14 comportas e 23 casas de bombas apresentou falhas. O prefeito Sebastião Melo anunciou um decreto de situação de emergência na cidade. 

Outros países utilizam diferentes estruturas de contenção. É importante se atentar a fatores como investimento e demografia, que podem tornar difícil a replicação dos sistemas aqui no Brasil. Confira abaixo as iniciativas em outras nações para evitar transtornos com enchentes: 

Japão 

Em Tóquio, capital do Japão, há um conjunto envolvendo grandes depósitos subterrâneos de água e um sistema de túneis. Na calha dos principais rios foi instalada uma tubulação de drenagem, com 30 metros de diâmetro e 70 metros de profundidade.  

Quando o nível desses rios se aproxima do limite de segurança, a água excedente passa a ser escoada por essas tubulações e é encaminhada para os depósitos subterrâneos. O sistema pode drenar um volume equivalente a 200 metros cúbicos de água por segundo. 

China 

A China utiliza o conceito de "cidade-esponja" para proteção da população das enchentes. Na capital Pequim existem infraestruturas que absorvem, armazenam, filtram e purificam a água da chuva. Quando necessário, liberam e utilizam a água armazenada.

Países Baixos 

Nos Países Baixos, a estratégia inclui paredes gigantes com braços móveis do tamanho de dois campos de futebol, dunas costeiras que são reforçadas com cerca de 12 milhões de metros cúbicos de areia por ano e diques. A infraestrutura é administrada por um órgão do governo dedicado exclusivamente à água, a Direção Geral de Obras Públicas e Gestão da Água, que cuida de cerca de 1,5 mil quilômetros de defesas.

Estados Unidos 

Nos Estados Unidos também é verificada a aplicação do conceito de "cidade-esponja". Há parques construídos para serem parcialmente alagados, assim concentrando os impactos das chuvas em uma área em específico. 

Estas infraestruturas também contam com vegetações pensadas na absorção da água e no fomento à biodiversidade. Em tempos sem cheias, geralmente as pessoas podem frequentar locais que agora ficam secos. Um dos exemplos dessa iniciativa é o parque Hunter’s Point South Waterfront, localizado em Nova York. 

Austrália 

A Austrália aposta em "telhados verdes". São prédios que têm vegetação na parte de cima. O grande objetivo é eles conseguirem reter boa parte da chuva e diminuir o fluxo de água nos bueiros. 

A estratégia, no entanto, é mais eficiente se aplicada realmente em prédios de maior estrutura, pois pode ser difícil replicar a medida em uma casa, pois o jardim na parte de cima pode pesar bastante e danificar as residências. 


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