Comunidade LGBT+ se mobiliza na Argentina com reivindicações ao governo Milei
Milhares lotam a Praça de Maio em Buenos Aires neste sábado
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Milhares de argentino da comunidade LGBTQIAPN+ da Argentina realizam neste sábado sua Marcha do Orgulho anual em Buenos Aires, com apresentações, desfiles de carros alegóricos e reivindicações contra as medidas de ajuste fiscal do presidente Javier Milei, as quais consideram discriminatórias. 'Não há liberdade sem direitos, nem políticas públicas' e 'Não há liberdade com ajuste e repressão' são os lemas da mobilização, que reivindica 'Lei Integral Trans e Lei Antidiscriminatória já'.
Os lemas apontam para Milei, que em seu primeiro ano na Presidência dissolveu organismos como o Ministério das Mulheres, Gêneros e Diversidade, e o Instituto contra a Discriminação (INADI), além de cortar o financiamento de políticas públicas e saúde reprodutiva no âmbito de seu plano 'motosserra' para obter superávit fiscal.'É uma marcha muito particular pelo contexto atual', diz à AFP o ativista LGBTQIAPN+ Lucas Gutiérrez. 'Do governo repetem insultos contra as pessoas da diversidade sem nenhum prurido', protesta.
Em agosto, o ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, disse no Congresso que seu governo repudiava 'a diversidade de identidades sexuais que não se alinham com a biologia', uma declaração que foi repudiada por boa parte do espectro político.Na ocasião, a Federação Argentina LGBT+ rechaçou as falas do ministro, que 'deveria estar protegendo' os direitos humanos fundamentais, 'ao invés de violá-los'.
A Frente pela Saúde das Pessoas com HIV, Hepatite e Tuberculose alertou em um comunicado que o orçamento apresentado pelo governo para 2025, que está em análise no Congresso, prevê um corte de 76% para a resposta ao HIV, às hepatites virais, às doenças sexualmente transmissíveis e à tuberculose.
'Durante 2024, devido à paralisação das compras públicas, vimos enfrentando faltas de alguns medicamentos, o que provocou mudanças forçadas dos tratamentos, falta de preservativos, assim como também falta de reagentes para estudos de carga viral e células CD4, testagens fundamentais para o monitoramento da eficácia e segurança dos tratamentos', destaca o comunicado.'Vamos marchar como uma resposta política, com uma proposta política e como um grande exercício e urgência de visibilidade. Existimos, resistimos, estamos e estaremos', diz Gutiérrez.