Conflito em Karabakh é "uma enorme tragédia", diz Putin

Conflito em Karabakh é "uma enorme tragédia", diz Putin

Rússia mantém boas relações com os dois países beligerantes, Armênia e ao Azerbaijão, aos quais fornece armas

AFP

Presidente russo pediu às duas partes que cessem ataques

publicidade

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu à Armênia e ao Azerbaijão nesta quarta-feira que acabem com a "tragédia" na região separatista de Nagorno Karabakh, em sua primeira declaração pública sobre este conflito. "É uma enorme tragédia. Pessoas estão morrendo, há grandes perdas de ambos os lados. Esperamos que este conflito termine o mais rápido possível", afirmou em entrevista à televisão pública Rossiya, transmitida pelo Kremlin por ocasião de seu aniversário.

"Se este conflito (que já dura 30 anos) não pode ser resolvido definitivamente, já que estamos longe disso, pelo menos pedimos - insisto - um cessar-fogo. E deve ser concluído o mais rápido possível", disse Putin, que hoje completa 68 anos. O Kremlin já havia citado o presidente russo, pedindo o fim das hostilidades por meio de comunicados. Esta é a primeira vez, no entanto, que Putin assume uma posição pública, e em declaração transmitida pela televisão, desde o início dos combates em 27 de setembro passado.

A Rússia mantém boas relações com os dois países beligerantes, aos quais fornece armas. É, porém, mais próxima da Armênia, que integra uma aliança militar controlada por Moscou. Putin destacou que o país "respeitará seus compromissos" no âmbito desta Organização do Tratado de Segurança Coletiva. Destacou também que as hostilidades "não ocorrem em território armênio", e sim na autoproclamada república de Karabakh, apoiada por Yerevan, mas oficialmente em solo do Azerbaijão.

Uma eventual extensão do conflito ao território armênio pode, no entanto, deflagrar uma intervenção de Moscou, que tem uma base militar na Armênia. Em entrevista à AFP, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pachinian, advertiu o Azerbaijão contra a tentação de expandir o conflito, lembrando sua aliança militar com o irmão mais velho russo. "Estou convencido de que, se a situação exigir, a Rússia cumprirá suas obrigações", disse ele.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895