Confronto entre policiais e civis armados deixa ao menos 39 mortos no México
Confronto ocorreu no conturbado estado mexicano de Michoacán
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O governador de Michoacán, Salvador Jara, explicou que o confronto começou quando forças de segurança detiveram um veículo suspeito, desde que os militares começaram a atirar. "Este foi o início e depois evoluiu. Segundo um informe preliminar, foram muitíssimos os que estavam atacando posteriormente as forças federais e também foi muito o armamento", disse Jara à emissora Radio Fórmula, destacando que ainda não era possível confirmar a cifra definitiva de mortos no confronto. Os civis armados adentraram uma área rural e se entrincheiraram em um rancho próximo, onde ocorreu o tiroteio, segundo a Rádio Fórmula.
O governador Jara destacou que "é muito provável" que os homens armados pertençam ao poderoso cartel Jalisco Nueva Generación, que nos últimos meses se tornaram o inimigo número um do governo mexicano. O funcionário antecipou que nas próximas horas será divulgado um boletim oficial sobre o enfrentamento e destacou que altos comandos das dependências federais de segurança estão na região, localizada a 465 km da Cidade do México. Trata-se de um dos confrontos mais sangrentos desde que o ex-presidente Felipe Calderón lançou, no fim de 2006, uma operação militar contra os cartéis da droga, cuja primeira ação foi
exatamente em Michoacán.
Tanhuato, de 15 mil habitantes, é vizinha do município de Yurécuaro, onde há uma semana foi assassinado um candidato esquerdista e ex-chefe de uma milícia de autodefesa, durante um ato de campanha para prefeito com vistas às eleições locais de 7 de junho. As autodefesas foram criadas em 2013 por vizinhos de comunidades rurais de Michoacán, que se levantaram em armas contra o cartel de narcotraficantes Los Caballeros Templarios. O povoado de Tanhuato também fica nos limites do estado de Jalisco, onde o governo lançou uma forte operação contra o poderoso cartel Jalisco Nueva Generación.
Esta organização protagonizou nas últimas semanas ataques espetaculares contra autoridades, que incluíram a derrubada de um helicóptero militar, na qual morreram oito militares. O cartel Jalisco Nueva Generación, liderado por Nemesio Oseguera, aliás "El Mencho", também montou uma emboscada, em abril, que deixou 15 policiais mortos, o pior ataque de que se tem memória contra as forças de segurança na luta antidrogas. Um mês antes, o cartel também matou cinco membros do corpo federal de Gendarmeria em outra emboscada em Ocotlán (Jalisco).
Mais de 100 mil vítimas da guerra contra o tráfico
Perto de Tanhuato, no município de La Barca, foram exumados 64 corpos em fossas comuns em 2013.
Mais de 80 mil pessoas foram assassinadas e 23 mil estão desaparecidas desde o início da ofensiva militar antidrogas do presidente Calderón, que seu sucessor, Enrique Peña Nieto, manteve desde a sua chegada à Presidência, em 2012.