Confrontos em Burkina Faso deixam mais de 30 mortos
Líder da oposição diz que a saída do presidente é uma condição inegociável
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Sankara afirmou que a saída do presidente Blaise Compaoré é uma condição inegociável, após o chefe de Estado se declarar disposto a conversar com a oposição. "Durante 27 anos, Blaise Compaoré enrolou todo mundo. Agora, ele quer enganar de novo, com mais essa conversa", advertiu Sankara. "Há muito tempo que estamos dizendo que ele deve pedir sua demissão. Sua saída é algo inegociável", frisou.
Sankara qualificou as ações do Exército de "golpe de Estado", após a oposição pedir ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Nabéré Honoré Traoré, que "siga o povo". Apesar do apelo, "o chefe do Estado-Maior deu um golpe de Estado", acusou Sankara.
Nesta quinta-feira, o Exército anunciou a dissolução do Executivo e do Parlamento, a criação de um governo de transição e a instauração do toque de recolher no país. Blaise Compaoré decretou o estado de exceção, depois de um dia de violência, com a Assembleia Nacional em chamas, a televisão nacional invadida e a população em guerra contra o governo. Horas depois, porém, o presidente cancelou o toque de recolher, em um discurso transmitido pela televisão.No mesmo discurso, Compaoré anunciou que não renunciará ao cargo, mas garantiu estar disposto a conversar sobre uma transição no país.
A onda de distúrbios começou diante da Assembleia Nacional, onde deveria ser realizada a votação de uma emenda constitucional para estender os poderes do chefe de Estado, que está há 27 anos no poder. Compaoré deveria deixar a Presidência no próximo ano, depois de dois setenatos (1992-2005) e dois quinquenatos (2005-2015).
Burkina mergulhou na crise em 21 de outubro, com o anúncio de uma proposta de emenda constitucional elevando para três o número máximo de mandatos presidenciais. Em Burkina Faso, o governo dura cinco anos.