Confusão em assembleia estudantil deixa quatro mortos e 70 feridos na Bolívia

Confusão em assembleia estudantil deixa quatro mortos e 70 feridos na Bolívia

Centenas de estudantes estavam reunidos no ginásio da universidade para eleger seus novos dirigentes, afirmou o reitor Pedro López

AFP

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Uma assembleia universitária terminou com quatro estudantes mortos e 70 feridos nesta segunda-feira, na Bolívia, depois que alguém detonou uma bomba de gás lacrimogênio no local, causando uma confusão, informaram fontes oficiais. "Confirmamos quatro mortos e recebemos informações de que há 70 feridos, cinco em terapia intensiva", informou a procuradora da região andina de Potosí, no sudeste da Bolívia, Roxana Choque.

Centenas de estudantes estavam reunidos no ginásio da universidade para eleger seus novos dirigentes, afirmou o reitor Pedro López, que acrescentou que o instituto "está de luto". Os incidentes aconteceram no meio de um debate acalorado no ginásio esportivo da Universidade Tomás Frías, na cidade de Potosí, quando alguém acionou "uma granada de gás que causou uma debandada geral", explicou o comandante de polícia local, coronel Bernardo Isnado.

A procuradora Choque detalhou que, "por causa da debandada", há pessoas com diversas contusões e fraturas, e que "as mortes ocorreram por asfixia". Segundo os primeiros relatos, havia entre 400 e 500 estudantes no local. Em meio a divergências entre dois grupos, o artefato de gás lacrimogênio foi acionado, causando pânico e desespero entre os estudantes que tentavam deixar o lugar fechado, explicou o reitor em uma coletiva de imprensa conjunta com o coronel Isnado.

O ministro de Governo da Bolívia, Eduardo del Castillo, disse que uma investigação já foi iniciada e que a versão principal indica que "sujeitos lançaram gás lacrimogênio e agentes químicos durante a assembleia" estudantil. Em uma coletiva de imprensa em La Paz, o ministro assinalou que as autoridades já conseguiram identificar um dos estudantes envolvidos no lançamento da bomba de gás, mas evitou dar mais detalhes "para evitar sua fuga".

O hospital público da cidade de 270.000 habitantes entrou em colapso pela grande quantidade de feridos e pelos familiares desesperados que chegavam em busca de informações sobre a situação dos estudantes. Imagens difundidas nas redes sociais mostravam dezenas de pessoas na área externa do hospital, esperando informações médicas sobre os estudantes internados. "Por favor, tenham paciência, o hospital está colapsado, não há lugar, não há lugar", afirmou um médico aos familiares.


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