Congresso peruano aceita renúncia do presidente Kuczynski

Congresso peruano aceita renúncia do presidente Kuczynski

Martín Vizcarra, vice, assumiu falando em governo transparente

AFP

Parlamentares irão aplicar as normas de sucessão para que o vice, Martín Vizcarra assuma

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 O Congresso do Peru aceitou oficialmente nesta sexta-feira a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski e ordenou que sejam aplicadas as normas de sucessão constitucional para que assuma o poder o primeiro vice-presidente Martín Vizcarra. "Foi aceita a renúncia", anunciou o chefe do Congresso, Luis Galarreta, depois de uma votação de 105 votos a favor, 11 contra e quatro abstenções. 

Martín Vizcarra assumiu como novo presidente do Peru ao ser juramentado pelo Congresso, pouco depois de formalizarem a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, e prometeu ser firme no combate à corrupção. "Seremos firmes na luta contra a corrupção. A transparência será um pilar de nosso mandato", disse. Vizcarra, um engenheiro de 55 anos, jurou diante do Congresso após às 13h locais (15h de Brasília), em uma cerimônia na qual o chefe do legislativo, o opositor Luis Galarreta, colocou a faixa presidencial.

"Juro por Deus e pela Pátria que exercerei fielmente o cargo de presidente da República e assumo, de acordo com a Constituição política do Peru, que defenderei a soberania nacional, a integridade física da República e a independência de suas instituições democráticas, que cumprirei e farei cumprir a Constituição política e a lei do Peru", declarou. Vizcarra se tornou o novo presidente depois que o Congresso aceitou a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, atingido por escândalos relacionados à empreiteira brasileira Odebrecht.

Renuncia não renuncia

Na última sexta-feira Pedro Pablo Kuczynski, ameaçou  recuar e retirar sua carta de demissão, submetendo-se a um processo de impeachment, apenas poucas horas antes de o Congresso dar posse a seu sucessor, Martín Vizcarra.

Empresário e ex-banqueiro de 79 anos, Kuczynski reagiu assim ao vazamento de trechos de uma resolução sobre sua saída, que está sendo preparada às pressas pelo Congresso. De acordo com o texto, ele "traiu a Pátria no desempenho dos cargos públicos".

O presidente do Congresso, o opositor Luis Galarreta, rebateu, alegando que o documento vazado é "um rascunho" que sequer foi aprovado pelos porta-vozes das bancadas parlamentares. "É um rascunho que vai ser corrigido agora na junta de porta-vozes.

Após meses na corda bamba devido aos vínculos de empresas ligadas a ele com a construtora Odebrecht, Kuczynski jogou a toalha na última quarta-feira, um dia antes de se submeter a um processo de impeachment no Congresso. Sua saída foi precipitada pela divulgação de vídeos, insinuando que seu governo estava tentando comprar votos de congressistas para se manter no poder.

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