Conselho de Segurança não cumpre seu papel, diz representante brasileiro na ONU

Conselho de Segurança não cumpre seu papel, diz representante brasileiro na ONU

Sérgio Danese acrescentou que, em oportunidades como essa, o conselho tem atuação ineficaz e inexpressiva

AE

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O embaixador e representante brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU), Sérgio Danese, afirmou que o veto dos Estados Unidos é uma indicação de que o Conselho de Segurança da ONU (CSNU, na sigla em inglês) não está cumprindo o seu papel. A posição dos EUA impossibilitou a aprovação de uma proposta brasileira de resolução da guerra entre o grupo Hamas e Israel. Segundo ele, o texto sugerido pelo Brasil, que está na presidência do órgão no mês de outubro, teve aceitação expressiva, com 12 votos de um total de 15. Mas o veto de um membro permanente reforça a necessidade de o CSNU passar por uma reforma que reflita a realidade do mundo atual.

"O veto dos EUA representa que o Conselho não está conseguindo cumprir o seu papel, que é o de preservar a paz e garantir a segurança onde quer que elas estejam ameaçadas", disse Danese a jornalistas, na sede da ONU, em Nova York.

O embaixador voltou a defender a necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança, uma antiga demanda do Brasil. Na sua visão, a falta de consenso em torno de uma resolução sobre o Oriente Médio, tema sobre o qual o órgão não emite um posicionamento oficial desde 2016, reforça a necessidade de atualização.

"O Conselho tem um problema, obviamente, de representatividade, de eficiência e de legitimidade e métodos de trabalho e regras que, evidentemente, o tornam, em muitos momentos, muito ineficaz, muito inexpressivo", disse o representante brasileiro na ONU.

Segundo Danese, o papel do Brasil, na condição de presidente do CSNU neste mês, é acionar Brasília para estabelecer os próximos passos e retomar consultas junto aos demais membros sobre a guerra no Oriente Médio. Ele explicou que várias ações podem ser adotadas, como, por exemplo, uma nova resolução, uma declaração ou uma deliberação do Conselho.

O embaixador enalteceu ainda o trabalho feito pelo Brasil na proposta de uma resolução e que foi elogiado por outros membros como França, China, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos. Disse que sua equipe "trabalhou incansavelmente", passou noites sem dormir, conversou e recebeu todo mundo na tentativa de acomodar todas as demandas possíveis. "É uma equipe extremamente profissional que deve nos dar imenso orgulho", concluiu Danese.


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