Convocada greve de funcionários da General Motors nos Estados Unidos

Convocada greve de funcionários da General Motors nos Estados Unidos

Paralisação ocorre devido impasse nas negociações de acordo coletivo

AFP

Montadora tem fábricas em Gravataí (RS), Joinville (SC), São Caetano do Sul (SP) e São José dos Campos (SP)

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Os 46 mil funcionários da General Motors (GM) foram convocados a uma greve nos Estados Unidos, a partir da meia-noite deste domingo, em meio a um impasse nas negociações do acordo coletivo, anunciou o sindicato United Auto Workers (UAW). "Os responsáveis sindicais de todo o país se reuniram na manhã de hoje, após a expiração, no sábado à noite, do acordo coletivo da GM em vigor desde 2015, e decidiram entrar em greve", informou o sindicato.

Funcionários do UAW disseram que as partes estavam distanciadas nas negociações, iniciadas em julho, com divergências envolvendo salários, benefícios, segurança e o status dos trabalhadores temporários. "Este é nosso último recurso", disse Terry Dittes, que lidera as negociações do sindicato com a GM. "Defendemos os direitos fundamentais da classe trabalhadora deste país". A GM, maior fabricante de automóveis dos Estados Unidos, expressou em comunicado sua decepção com a convocação da greve apesar de ter apresentado uma "oferta potente" nas negociações. "Negociamos de boa fé e com senso de urgência. Nosso objetivo continua sendo a construção de um futuro sólido para nossos empregados e nossos negócios."

A direção do sindicato havia recebido um apoio esmagador de suas fileiras para convocar uma greve se fosse necessário. Os trabalhadores da Ford e Fiat Chrysler concordaram em prorrogar seus acordos coletivos, mas a direção da GM foi informada no último sábado que o sindicato não estenderia o seu. A GM desfrutou de anos de fortes vendas, com ganhos de 11,8 bilhões de dólares em 2018, o que levou os líderes sindicais a argumentar que é hora de compartilhar os lucros com os trabalhadores.

No começo de agosto, a empresa reportou um aumento de 1,2% em seu lucro líquido no segundo trimestre, a 2,4 bilhões de dólares. Mas as perspecitvas são menos claras ante a preocupação com uma possível recessão em meio a tensões comerciais internacionais, principalmente entre Estados Unidos e China. Em novembro passado, a montadora anunciou o fechamento de cinco unidades na América do Norte. No começo de agosto, a empresa citou uma queda de custos após esta reestruturação. As negociações incluem a manutenção de postos de trabalho e a preservação de instalações.

Em sua resposta à greve, a direção da GM disse que sua oferta inclui uma promessa de 7 bilhões de dólares em investimentos, que salvariam ou protegeriam 5,4 mil postos de trabalho. Ao conflito se soma uma investigação federal contra a direção do sindicato, que resultou, no mês passado, em uma operação de busca do FBI na residência do presidente do UAW, Gary Jones. Vance Pearson, que integra o secretariado executivo do UAW, foi preso esta semana por acusações de conspiração para usar cotas sindicais em gastos pessoais de luxo


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