Covid-19 "é a luta de uma geração e a razão de ser das Nações Unidas", avalia Guterres

Covid-19 "é a luta de uma geração e a razão de ser das Nações Unidas", avalia Guterres

Conselho de Segurança teve reunião virtual na quinta-feira

Correio do Povo

Secretário-geral considerou que se trata de questão de paz

publicidade

O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu pela primeira vez nesta quinta-feira para discutir a pandemia de novo coronavírus enquanto o órgão de 15 membros – encarregado de manter a paz e a segurança internacionais – luta para concordar se deve tomar alguma ação. Na reunião via teleconferência, o secretário-geral, Antonio Guterres, defendeu que "esta é a luta de uma geração e a razão de ser das próprias Nações Unidas".

"A pandemia também representa uma ameaça significativa à manutenção da paz e segurança internacionais - potencialmente levando a um aumento da agitação social e da violência que prejudicaria muito nossa capacidade de combater a doença. O engajamento do Conselho de Segurança será fundamental para mitigar as implicações da Covid-19. De fato, um sinal de unidade e resolução do Conselho contaria muito neste momento de ansiedade", disse ele.

Os diplomatas culparam amplamente a inação do Conselho de Segurança pela pandemia nos Estados Unidos e na China. Pequim relutou em que o conselho se envolvesse, argumentando que não estava dentro de seu mandato, enquanto Washington insistiu que qualquer ação se referisse às origens do vírus, causando constrangimento.

O embaixador da ONU na China, Zhang Jun, pediu que fossem rejeitados qualquer ato de estigmatização e politização. O presidente dos EUA, Donald Trump, que rotulou o coronavírus de "vírus chinês", no mês passado, disse que Pequim deveria ter agido mais rapidamente para alertar o mundo. "Para superar esse desafio global, precisamos de solidariedade, cooperação, apoio e assistência mútuos, enquanto o bode expiatório não nos levará a lugar algum", disse Zhang.

Nas últimas semanas, os membros do conselho negociaram dois projetos de resolução. As cinco potências que detêm o veto – Estados Unidos, China, França, Rússia e Grã-Bretanha – discutem um texto em francês. Os 10 membros restantes e eleitos para mandatos de dois anos analisam um esboço da Tunísia. "Os olhos do mundo estão em cada um de nós que fazem parte deste Conselho, e devemos agir para salvar vidas", disse o embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, na quinta-feira.

Após a reunião, o Conselho emitiu uma declaração curta, acordada por consenso, que expressava apoio aos esforços de Guterres em relação ao "potencial impacto da pandemia de Covid-19 nos países afetados por conflitos". Uma resolução do grupo poderia apoiar o apelo de Guterres a um cessar-fogo em conflitos em todo o mundo, pressionar pelo acesso à prestação de ajuda humanitária para combater o coronavírus e instar uma abordagem global coordenada para enfrentar o surto.

 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895