Cristina Kirchner vai a julgamento por suposto acobertamento em caso AMIA
Ex-presidente da Argentina é acusada de abuso de autoridade e traição à pátria
publicidade
Todos eles são processados por abuso de autoridade e encobrimento agravado pela assinatura, em 2012, de um memorando com o Irã, aprovado pelo Congresso, que buscava interrogar os acusados iranianos em Teerã. Isso nunca foi aplicado. A data do julgamento será fixada quando o tribunal federal for integrado. A elevação a julgamento acontece cinco dias depois que outro juiz, Julián Ercolini, fez o mesmo com um caso que envolvia Kirchner por suposta associação criminosa.
A causa investigada por Bonadio foi aberta devido a uma denúncia do procurador Alberto Nisman apresentada quatro dias antes de sua morte, em 18 de janeiro de 2015. Depois foi desconsiderada em várias instâncias judiciais, mas foi reativada por Bonadio em agosto de 2016. Em dezembro, Bonadio havia pedido a retirada do foro de Kirchner para poder prendê-la por traição à pátria e acobertamento com agravante.
O primeiro crime foi desconsiderado pela Câmara de Apelações, que ratificou o segundo. Timerman está em estado grave por conta de um câncer. Zannini cumpre prisão preventiva desde 7 de dezembro. Kirchner, que denunciou uma "perseguição política e judicial", expressou seu interesse para que cheguem "o quanto antes" a um julgamento oral para esclarecer as causas das quais se diz inocente. Seu defensor, designado na semana passada após a renúncia de seu antecessor, abandonou o patrocínio legal da ex-presidente nesta segunda. Trata-se do ex-prefeito de Buenos Aires Aníbal Ibarra, destituído em 2006 em um julgamento político por sua responsabilidade no incêndio da boate Cromañón, no qual 193 pessoas morreram. A Justiça o suspendeu.
Em uma carta pública, Ibarra denunciou uma suposta "operação midiática e política para atingir sobretudo a ex-presidente argentina utilizando a tragédia de Cromañón para esse fim". O magistrado havia acusado Kirchner de impulsionar "um plano criminoso orquestrado" com o Irã para dotar de impunidade os iranianos acusados pelo atentado de 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos, em um caso sem detidos.