Data de interrogatório de Assange será fixada nas próximas semanas

Data de interrogatório de Assange será fixada nas próximas semanas

Fundador do Wikileaks está refugiado na embaixada do Equador em Londres

AFP

Data de interrogatório de Assange será fixada nas próximas semanas

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A chancelaria equatoriana informou que "nas próximas semanas" será decidida a data para que as autoridades suecas interroguem o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres, sobre acusações de estupro que ele nega.

"Segundo a nota enviada pelo Ministério Público equatoriano, nas próximas semanas será decidida a data de realização do interrogatório na Embaixada do Equador no Reino Unido, em referência ao caso legal aberto na Suécia contra o cidadão Julian Assange", informou na quarta-feira em um comunicado.

O criador do WikiLeaks, de 45 anos, permanece desde junho de 2012 na embaixada do Equador na capital britânica, quando pediu asilo a Quito para evitar ser extraditado à Suécia. O Ministério Público sueco quer interrogá-lo por um suposto estupro cometido em 2010, que ele nega. O suposto crime não expira até 2020. "O procurador solicitou permissão para realizar o interrogatório, então, é claro, será bom para a investigação se ele puder ser realizado", declarou o porta-voz do Ministério Público sueco, Karin Rosander.

Rosander informou que ainda não foi fixada nenhuma data e acrescentou que um procurador equatoriano estará a cargo do interrogatório, embora "a procuradora sueca Ingrid Isgren e um investigador da polícia participarão".

Assange, através de advogados, mostrou satisfação com a notícia. "A equipe de defesa de Assange dá as boas-vindas ao fato de estarem sendo dados os passos finalmente para tomar o depoimento do senhor Assange, algo que ele solicitava à procuradoria sueca desde agosto de 2010", disseram os advogados do fundador do Wikileaks em um comunicado.

Medo de ser extraditado 

O australiano se recusa a retornar à Suécia por medo de ser extraditado aos Estados Unidos, onde é criticado pela publicação por parte do WikiLeaks em 2010 de 500 mil documentos classificados sobre Iraque e Afeganistão, assim como 250 mil comunicações diplomáticas, razão pela qual pode enfrentar uma longa pena de prisão ou ser condenado à morte.

"Por mais de quatro anos, o governo do Equador ofereceu cooperação para realizar o interrogatório de Julian Assange nas dependências da Embaixada equatoriana em Londres, entre outras ações de ordem jurídica e política para alcançar uma solução satisfatória para todas as partes, colocar fim às desnecessárias dilações do processo e garantir a tutela judicial efetiva", lembrou a chancelaria.

Em dezembro, Equador e Suécia alcançaram um acordo para que os procuradores interrogassem Assange na legação, mas a data nunca foi fechada. Em maio, as autoridades suecas decidiram manter uma ordem de detenção europeia contra Assange, declarando-se em desacordo com um painel da ONU que considerou que o fundador do WikiLeaks era vítima de uma "detenção arbitrária". O Reino Unido também rejeitou a decisão deste painel, que não tem caráter vinculante.

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