De luto, Equador tenta recuperar corpos de jornalistas assassinados
Nem Quito nem Bogotá puderam determinar onde ocorreu o crime
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Nem Quito nem Bogotá puderam determinar onde morreram e onde estão seus corpos, e os dois governos também têm versões opostas sobre o lugar onde ocorreram os feitos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou que Equador, Colômbia e as famílias das vítimas pediram sua colaboração para recuperar os corpos do jornalista Javier Ortega (32 anos), do fotógrafo Paúl Rivas (45) e do motorista Efraín Segarra (60).
O organismo acrescentou que também o "grupo liderado por Guacho", responsável pelo crime, solicitou a sua colaboração na entrega. Essas operações humanitárias costumam ser feitas com muita reserva e poucos detalhes são revelados. O chefe do CICV na Colômbia, Christoph Harnisch, se antecipou em pedir a compreensão sobre a "natureza confidencial de grande parte da informação".
Visivelmente triste e indignado, o presidente equatoriano, Lenín Moreno, confirmou a morte dos jornalistas na sexta-feira, após o surgimento de fotos que provavam sua execução. A última vez que eles foram vistos com vida foi em um vídeo divulgado em 3 de abril, no qual apareciam com correntes no pescoço e clamando por um acordo com os sequestrados. Seu caso, condenado pela comunidade internacional, atinge um país que jamais havia sofrido com tanta crueldade os problemas derivados do tráfico de drogas na Colômbia.
A informação, que chegou aos poucos, os boatos e os dados falsos deram mais dramatismo à situação. Até meia-noite de sexta-feira, cerca de 100 pessoas, muitas delas com velas nas mãos, se concentraram em silêncio na frente da casa de governo, no centro de Quito, em uma vigília em homenagem aos mortos.