Decisão sobre ação militar na Síria sairá nos próximos dias
Presidente da França disse que está disposto a castigar quem jogou gases em inocentes
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"Há momentos em que esta responsabilidade é grande: agir ou não agir, decidir ou não decidir, intervir ou deixar de intervir e esta questão voltou mais uma vez e voltará nos próximos dias", afirmou. O chefe de Estado anunciou igualmente a decisão de aumentar o apoio militar à oposição síria, sem dar maiores detalhes.
"O mundo está espantado depois da confirmação da utilização de armas químicas na Síria. Tudo faz crer que foi o regime que cometeu esse ato abjeto que o condena definitivamente ante os olhos do mundo", declarou Hollande. "Nossa responsabilidade é buscar a resposta mais apropriada às atrocidades do regime sírio e a França está disposta a castigar quem tomou a decisão infame de jogar gases em inocentes", acrescentou.
Já o vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, garantiu que o Reino Unido não pretende a derrubar o regime de Bashar al Assad. "Se ficarmos sem fazer nada, ditadores e chefes de Estado brutais terão a sensação de que podem, no futuro, continuar utilizando armas químicas impunemente em escala cada vez maior", afirmou. "O que contemplamos é uma resposta importante a isso. Não estamos considerando uma mudança de regime", acrescentou em entrevista para a BBC e o canal Sky News.
Vitória não será fácil
No entanto, uma possível intervenção ocidental na Síria não representará uma vitória fácil, segundo uma fonte militar russa. O país teria sistemas de defesa antiaérea capazes de responder aos ataque. "Os sistemas de mísseis multifuncionais terra-ar Buk-M2E e os outros meios de defesa antiaérea do exército sírio vão garantir uma resposta apropriada aos agressores", acrescentou. A Síria conta atualmente com 10 baterias desses equipamentos.
Um avião russo aterrissou nesta terça na cidade síria de Latakia para entregar ajuda humanitária e retirar os cidadãos russos, indicou o ministério das Situações de Emergência. O país, principal apoio do regime de Bashar al-Assad, repatriou nos últimos meses dezenas de cidadãos, mas indicou que não pretende realizar uma retirada em massa. A situação se deteriorou claramente na Síria desde um suposto ataque químico em 21 de agosto, que deixou centenas de mortos e aumentou a tensão entre a Rússia e as potências ocidentais.