Descoberta de corpo de menina sequestrada pelo pai comove Espanha

Descoberta de corpo de menina sequestrada pelo pai comove Espanha

Barco pertencente ao pai e uma cadeira de bebê foram encontrados à deriva no mar perto de Tenerife

AFP

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O corpo de uma menina de seis anos foi descoberto no fundo do mar perto da ilha de Tenerife, após semanas de intensa busca, o que causou comoção na Espanha. Olivia, de seis anos, e Anna, de um, foram dadas como desaparecidas no final de abril na ilha do arquipélago atlântico das Canárias, depois de o pai dar um último telefonema para a mãe, de quem estava separado, "com um tom de despedida", relatou um porta-voz da Guarda Civil à AFP.

No dia seguinte, um barco pertencente ao pai e uma cadeira de bebê foram encontrados à deriva no mar perto de Tenerife, o que levou as autoridades a iniciarem buscas nas imediações. Depois de dias de buscas, que ocuparam um grande espaço na imprensa espanhola, foi encontrado no fundo do mar, na tarde de quinta-feira (10), um corpo identificado como o de Olivia, confirmou o porta-voz. As autoridades ainda buscam por Anna e pelo pai.

O anúncio da descoberta de Olivia, a mil metros de profundidade dentro de uma bolsa amarrada à âncora do barco do pai, segundo os jornais, causou comoção no país. "Não consigo imaginar a dor da mãe das pequenas Anna e Olivia, que desapareceram em Tenerife, diante da terrível notícia que acabamos de saber", tuitou o presidente do governo, Pedro Sánchez, ontem à noite.

"Não há palavras para acompanhar Beatriz (a mãe) nestes momentos de terrível dor. Esta violência que se exerce contra as mulheres mães para agredir onde mais dói é uma questão de Estado", publicou na mesma rede a ministra da Igualdade, Irene Montero, do partido esquerdista Podemos, que governa em coalizão com os socialistas de Sánchez.

Na Espanha, 39 menores foram assassinados por seus pais, ou pelos parceiros, ou ex-parceiros, de suas mães desde 2013, segundo números oficiais. Vários coletivos feministas convocaram manifestações para esta sexta à noite (11), em diferentes cidades da Espanha, para repudiar o crime e também o aumento de feminicídios desde o início do ano neste país, onde a luta contra a violência de gênero tem muita visibilidade.

 


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