Diplomatas americanos protestam contra decreto de Trump sobre imigração
Casa Branca mandou o recado: "cumpram as instruções, ou que busquem outro emprego"
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O Departamento de Estado possui um mecanismo formal, chamado "Canal de Dissidência", pelo qual os diplomatas podem registrar sua preocupação com o impacto que uma decisão oficial pode ter sobre a política externa do país. Em resposta, a Casa Branca mandou uma mensagem que não deixou dúvidas: o presidente Donald Trump espera que os diplomatas cumpram as instruções, ou que busquem outro emprego.
"Estes burocratas de carreira têm problemas com isso? Considero que devem seguir o programa, ou sair. Isso se refere à segurança dos Estados Unidos", declarou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, nesta segunda-feira. Na opinião do porta-voz da Presidência, "a maioria dos americanos está de acordo com o presidente" na necessidade de manter o país seguro.
Toner optou por não divulgar o conteúdo do documento, que já está circulando no Canal de Dissidência, ou relatar quantos diplomatas já assinaram, mas confirmou que se refere ao decreto assinado por Trump na sexta-feira intitulado "Proteger a nação da entrada de terroristas estrangeiros nos Estados Unidos".
A assinatura do decreto provocou uma onda de protestos em todo o país e reações iradas no exterior. No fim de semana, os aeroportos americanos foram tomados pelo caos. Um respeitado blog de assuntos relacionados à segurança, o Lawfare, reproduziu on-line uma versão do documento de cinco páginas nesta segunda-feira.
"Centenas de funcionários de serviços estrangeiros têm a intenção de adicionar suas assinaturas ao memorando da dissidência", afirmou o blog. O Lawfare considerou o gesto dos diplomatas que participam do protesto "uma importante união por parte de funcionários dos serviços estrangeiros contra o decreto".