Diplomatas brasileiros em Caracas vão ignorar ordens de Maduro, diz chanceler

Diplomatas brasileiros em Caracas vão ignorar ordens de Maduro, diz chanceler

Ernesto Araújo reconhece Juan Guaidó como a única autoridade legítima da Venezuela

AE

Em São Paulo, manifestantes realizaram manifestação contra Maduro

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Em um gesto de apoio ao autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, o Itamaraty orientou seus diplomatas em Caracas a responder apenas ao presidente da Assembleia Nacional, considerado a partir de quarta-feira, como a única autoridade legítima e reconhecida pelo Brasil. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o chanceler Ernesto Araújo indicou que não vai retirar do país funcionários do corpo diplomático brasileiro. "Eles ficam", disse na manhã desta quinta-feira, em Davos.

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Outra orientação, segundo ele, seria a de apenas manter contatos com a equipe de Guaidó. Diante do fim do reconhecimento do governo de Nicolás Maduro por diversos governos latino-americanos, foi dada 72 horas para a diplomacia dos EUA se retirar do país. A Casa Branca, porém, indicou que as ordens de Maduro não tinham efeito. O Estado obteve uma carta assinada pelo próprio Guaidó e enviada a todas as embaixadas estrangeiras em Caracas. Nela, o presidente da Assembleia afirma que "deseja firmemente que mantenham sua presença diplomática em nosso país".

Ele também alerta aos governos estrangeiros a ignorar as ordens de Maduro. "Peço que desconheçam qualquer ordem ou disposição que contradiga o firme propósito do poder legítimo da Venezuela, que em virtude da Constituição, ostento, de que as missões diplomáticas, chefes de missões e todos seus funcionários continuem operando na Venezuela com normalidade e que se respeitem todas as imunidade e privilégios", escreveu. "Qualquer disposição contrária careceria de validade, já que emanaria de pessoas ou entidades que, por seu caráter usurpatório, não tem autoridade legítima para pronunciar-se a respeito", completou Guaidó.


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