Diretora do Serviço Secreto dos EUA renuncia após atentado contra Trump
Kimberly Cheatle recebia apelos para deixar o cargo
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A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, renunciou, informou a imprensa americana nesta terça-feira (23), um dia depois de ela reconhecer que a agência fracassou em sua missão de impedir a tentativa de assassinato contra Donald Trump.
Cheatle enfrentava apelos bipartidários para renunciar depois que um homem armado de 20 anos feriu o candidato presidencial republicano em um comício de campanha em 13 de julho na Pensilvânia.
Perante o Comitê de Supervisão e Responsabilidades da Câmara dos Representantes, Kimberly destacou que a tentativa de assassinato de Trump foi "a falha operacional do Serviço Secreto mais significativa em décadas. Houve um erro claro e faremos todos os esforços para garantir que isso não se repita."
O agressor Thomas Matthew Crooks, 20 anos, disparou contra Trump minutos depois de o candidato presidencial iniciar seu discurso, durante um comício em Butler, Pensilvânia. Crooks foi morto por um atirador de elite do Serviço Secreto 26 segundos após disparar oito vezes.
A investigação determinou que Crooks, que vivia a 80 km de Butler, agiu sozinho, e não identificou nenhuma motivação ideológica ou política forte.
O bombeiro Corey Comperatore, 50 anos, foi morto a tiros e dois apoiadores de Trump ficaram gravemente feridos.
Perda de confiança
A diretora da agência negou-se a responder a perguntas específicas dos congressistas sobre o ataque, alegando que elas ainda estão sob investigação.
"Posso falar de maneira geral", disse Kimberly, irritando os congressistas do comitê. Antes do ataque, o Serviço Secreto foi alertado “de duas a cinco vezes” sobre “um indivíduo suspeito” no comício, mas ele não foi classificado imediatamente como “uma ameaça”. “Equipes foram enviadas para identificar e interrogar esse indivíduo”, mas não conseguiram localizá-lo antes de ele abrir fogo.
O ex-médico de Trump informou no fim de semana que o ferimento de dois centímetros na orelha do ex-presidente causado pelo tiro começou a cicatrizar.
Ronny Jackson, ex-médico da Casa Branca e atual congressista de extrema direita do Texas, fez o primeiro relato detalhado sobre o ferimento de Trump. A bala passou a poucos milímetros de "entrar em sua cabeça e impactou a parte superior de sua orelha direita", escreveu Jackson, acrescentando que visitou o magnata em Nova Jersey na noite do comício e que o acompanha desde então.
Kimberly serviu como agente do Serviço Secreto por 27 anos antes de deixar o cargo em 2021 para assumir como chefe de segurança da PepsiCo na América do Norte. Em 2022, foi nomeada por Biden como diretora da agência.