Eleições são um marco de Portugal como curiosidade política na Europa

Eleições são um marco de Portugal como curiosidade política na Europa

Liberal e receptivo a imigrantes, o Partido Socialista é o favorito para vencer as eleições gerais do país neste fim de semana

AE

Rui Rio, presidente do Partido Socialista, sorri em meio a campanha

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Sem populismo e sem o fortalecimento de grupos de extrema-direita em Portugal, o liberal e receptivo a imigrantes Partido Socialista é o favorito para vencer, com boa margem, as eleições gerais do país neste fim de semana, tornando-o um "corpo estranho" na Europa.

Por toda a União Europeia, novos partidos radicais estão remodelando o cenário político, enquanto partidos socialistas perdem terreno. Profundas diferenças na maneira de lidar com a questão migratória, especialmente, causaram atrito em diferentes países.

Em Portugal, no entanto, os partidos tradicionais ainda permanecem fortes. Os dois principais partidos portugueses devem ser os mais votados na eleição de domingo, com o Partido Socialista, de centro-esquerda, mostrando uma liderança nas pesquisas de opinião por 7 pontos porcentuais com relação ao Partido Social Democrata, de centro-direita.

Há um amplo consenso em Portugal de que os imigrantes são indispensáveis para preencher os trabalhos indesejáveis e ajudar a desarmar a bomba-relógio demográfica, com uma baixa taxa de natalidade e um decrescimento da população. Isso abafou a ascensão de partidos nacionalistas, que permaneceram pequenos e à margem do cenário político. A imigração sequer é uma questão eleitoral, mas o aumento de imigrantes no país é inferior em relação ao restante da União Europeia.

Centenas de milhares de imigrantes irregulares cruzam o Mar Mediterrâneo do Norte da África para os países europeus mediterrâneos nos últimos tempos, desencadeando reações em países como Itália e Espanha. Portugal, no entanto, não se encontra nas rotas de imigrantes, até por ser um dos países mais pobres da Europa.

O número de pedidos de asilo na Alemanha e na França superaram os 300 mil no último ano, nível superior ao total de Portugal, que não chega a superar a barreira de 4 dígitos.

Contudo, Se a imigração atingisse uma escala semelhante em Portugal, os portugueses rapidamente poderiam mudar de atitude, diz Antônio Costa Pinto, professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. "Não há nada que faça Portugal imune a controvérsias sobre a questão migratória", diz o especialista. Por enquanto, porém, as perspectivas são calmas.

O primeiro-ministro do país, Antonio Costa, disse que uma de suas primeiras propostas legislativas, caso seja reeleito, será facilitar a imigração.


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