Enfraquecido, Trump prepara importante viagem pela Ásia

Enfraquecido, Trump prepara importante viagem pela Ásia

Presidente dos EUA fará paradas no Japão, Coreia do Sul, China, Vietnã e Filipinas

AFP

Trump prepara importante viagem pela Ásia

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Muito enfraquecido na frente doméstica, o presidente Donald Trump empreende nesta semana uma longa e importante viagem pela Ásia, em que preveem estar dominada pela ameaça nuclear norte-coreana após meses de escalada verbal entre Washington e Pyogyang. A viagem, de 3 a 14 de novembro, inclui paradas no Japão, Coreia do Sul, China, Vietnã e Filipinas. Será o primeiro deslocamento do presidente americano para a região desde que foi eleito, há um ano.

Em sua agenda destacam-se cúpulas regionais-chave, mas também encontros bilaterais, entre eles um com seu colega chinês, Xi Jinping, e outro com o polêmico homem forte das Filipinas, Rodrigo Duterte. A Casa Branca tem enfatizado a duração da viagem asiática - a mais longa de um presidente americano desde a George H.W. Bush em 1991 - como uma prova do compromisso de Trump com a região. No entanto, as dúvidas sobre este ponto não são poucas, sobretudo no terreno econômico, depois da decisão de Trump - três dias depois de assumir o cargo - de abandonar o Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica, que incomodou vários de seus signatários, em especial o Japão.

O "amigo" Abe

Após uma breve escala no Havaí, Trump irá se encontrar no domingo com seu "amigo" Shinzo Abe para uma partida de golfe e depois os dois terão reuniões nas quais destacarão a forte aliança entre Estados Unidos e Japão. Na Coreia do Sul Trump não irá - diferentemente de muitos de seus antecessores - à Zona Desmilitarizada que divide a península coreana, mas prevê fazer um discurso na Assembleia Nacional do país.

Seul espera que a visita de Trump, que começa na terça-feira e vai durar dois dias, sirva para reafirmar a aliança com Washington em um momento em que a Coreia do Norte leva à frente um programa nuclear e de mísseis balísticos. "A Coreia do Sul também quer estar segura de que os Estados Unidos não envolverão prematura ou desnecessariamente a Coreia do Sul em nenhum tipo de conflito militar", disse Scott Snyder do Council on Foreign Relations.

Desde que assumiu o cargo, Trump prometeu arrasar com a Coreia do Norte se o regime de Kim Jong-Un ameaçar com um ataque, se opôs aos contatos diretos com Pyongyang propostos por seus assessores e enviou uma série de mensagens como "faremos o que tivermos que fazer!". Trump chamará todos os países a "fazer mais" para isolar a Coreia do norte, cujo programa nuclear é "uma ameaça para o mundo inteiro", indicou a Casa Branca nesta quinta-feira.

Um dos objetivos centrais de sua primeira viagem à região é "fortalecer a decisão internacional para a desnuclearização da Coreia do Norte", destacou o general HR McMaster, assessor de Trump em matéria de Segurança Nacional. "A China está fazendo mais. Mas é evidente que não é suficiente, dado que não conseguimos a desnuclearização", assinalou. "A China está consciente de que o assunto não é fazer um serviço para os Estados Unidos, pois a desnuclearização é de seu interesse", acrescentou.

O "poderoso" Xi Jinping

De Seul o presidente Trump viajará para Pequim na quarta-feira, onde se reunirá com seu colega Xi Jinping, que acaba de obter um segundo mandato e de se consolidar como o homem forte do país mais povoado do mundo. "É um homem poderoso", declarou Trump recentemente sobre Xi. "Acho que é uma pessoa muito boa", acrescentou, apesar de sua persistente campanha contra o desequilíbrio do comércio bilateral em prol do gigante asiático.

Na sexta-feira, Trump participará no Vietnã da cúpula da APEC, em Danang, e fará um discurso sobre "uma região Índia-Pacífico livre e aberta", que é esperado com ansiedade pelos empresários. Fechando sua viagem em Manila, em 12 e 13 de novembro, Trump participará com outros líderes do Sudeste Asiático da cúpula da ASEAN, e se reunirá sozinho com Duterte, cuja violento confronto com os narcotraficantes suscitou amplas condenações no mundo. "Iremos para as Filipinas, cuja administração anterior não foi precisamente bem-vinda", assinalou Trump no início desta semana.

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