Equador decreta estado de emergência após 22 mortes por bebida adulterada

Equador decreta estado de emergência após 22 mortes por bebida adulterada

Intoxicação já provocou 120 atendimentos médicos

AFP

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O Equador decretou, nessa segunda-feira, estado de emergência após a morte de 22 pessoas que beberam aguardente e vinho adulterados, a maioria na região costeira. Está em vigor em todo o país o estado de exceção, por dois meses, e a lei seca, durante 72 horas, enquanto a polícia realizada batidas para apreender bebida adulterada, principalmente com etanol, revelou o ministro da Segurança, Homero Arellano. Na província de Los Ríos, a bebida adulterada provocou 20 mortes e 102 atendimentos médicos, levando à decretação do toque de recolher na região. As outras duas mortes ocorreram em Ambato, capital de Tungurahua, segundo o ministério da Saúde.

Os policiais capturaram um homem suspeito de distribuir bebida adulterada na região de Los Ríos, informaram as autoridades, sem precisar o local da prisão. Na casa de outro suspeito, foragido, foram encontrados bujões com uma mistura mortal de álcool etílico, apto para consumo humano, e metanol, de menor preço. Em todo o país, a bebida adulterada provocou 120 atendimentos médicos. A intoxicação em massa em Los Ríos ocorreu por ocasião das festas pela Virgem del Carmen, celebradas em vários povoados da região no mês de julho. O ministro da Saúde, David Chiriboga, explicou que “ao entrar em contato com o sangue o metanol se converte em formol, produzindo dano no sistema nervoso”.

Segundo a secretária de Saúde de Los Ríos, Marjorie Vega, as primeiras mortes ocorreram na quinta-feira passada e aumentaram rapidamente no final de semana. “As pessoas morreram por parada cardiorrespiratória quando eram transferidas para Guayaquil”. Vega informou que vários pacientes que se salvaram estão cegos ou sofreram danos renais. “Tivemos pacientes intoxicados que participaram de velórios de quem já havia morrido pela mesma causa”, disse. Vega garantiu que os casos estão diminuindo graças às medidas oficiais, que incluem campanhas nos meios de comunicação. “A coisa está parando. Há muitos pacientes além dos 103 que atendemos com sinais de intoxicação, mas são casos leves”, revelou. Mas os sintomas se manifestam em dias e “quem bebeu na quinta ou sexta-feira ainda vai movimentar as emergências”.

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