Estados Unidos anunciam retirada de pessoal diplomático da Venezuela

Estados Unidos anunciam retirada de pessoal diplomático da Venezuela

Secretário de Estado Mike Pompeo afirmou que a decisão foi tomada pela "deterioração" da situação no país

Correio do Povo

Em 24 de janeiro, o departamento de Estado ordenou o retorno de todos os seus funcionários "não essenciais" na Venezuela e dos familiares dos diplomatas.

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Os Estados Unidos anunciaram a retirada de todo o seu pessoal diplomático remanescente da Venezuela, após Nicolás Maduro acusar o presidente norte-americano, Donald Trump, de planejar uma conspiração "demoníaca" para forçá-lo a sair do poder, debilitando o sistema elétrico com um "ataque imperialista”. Nas redes sociais, o secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que a decisão foi tomada pela "deterioração" da situação no país. "Os EUA irão retirar o restante pessoal da embaixada esta semana. Esta decisão reflete a deterioração da situação na Venezuela, bem como a conclusão de que a presença de funcionários tornou-se um constrangimento para a política dos Estados Unidos", disse no Twitter.

Especialistas apontam que o calamitoso blecaute nacional que atingiu diversas cidades, incluindo a capital Caracas, na última quinta-feira - e ainda precisa ser resolvido - é resultado de anos de má administração, corrupção e incompetência. "Estamos no meio de uma catástrofe que não é resultado de um furacão, não é o resultado de um tsunami", disse Juan Guaidó, o líder da oposição e jurado presidente interino sob a Constituição à CNN, no domingo. "É o produto da ineficiência, da incapacidade, da corrupção de um regime que não se importa com a vida dos venezuelanos".

Os Estados Unidos acusaram Cuba e a Rússia de apoiar Maduro e, na segunda-feira, Pompeo os culpou pelos apagões. "Quando não há eletricidade, agradeça às maravilhas da moderna engenharia liderada por Cuba", disse Pompeo sarcasticamente. “Quando não há água, agradeça aos excelentes hidrologistas de Cuba. Quando não há comida, agradeça aos senhores comunistas cubanos”.

Em um discurso na televisão na noite de ontem, Maduro responsabilizou a Casa Branca, numa tentativa apontada como cínica de desviar as críticas à responsabilidade de seu regime. "O governo imperialista dos Estados Unidos ordenou esse ataque", afirmou em sua fala de 35 minutos, apenas sua segunda intervenção significativa desde o início da crise na semana passada. “Eles vieram com uma estratégia de guerra do tipo que só esses criminosos - que foram à guerra e destruíram o povo do Iraque, da Líbia, do Afeganistão e da Síria - pensam”.

Maduro alegou que os EUA conduziram o ataque - em associação com "marionetes e palhaços" da oposição venezuelana - para criar "um estado de desespero, de carência e conflito" que justificaria uma intervenção estrangeira e a ocupação militar da Venezuela. "A vitória pertence a nós", declarou ele. “O que você pode ter certeza é que, mais cedo ou mais tarde, nos próximos dias, venceremos essa batalha definitivamente ... Nós venceremos - e faremos isso pela Venezuela. Nós vamos fazer isso pela nossa pátria. Nós faremos isso por você… nós faremos isso por causa do direito de nossa gente à felicidade. ”

O anúncio da retirada de todo o seu pessoal diplomático remanescente na Venezuela ocorre na véspera de mais um dia de protestos convocados por Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países. No dia 23 de janeiro, Maduro anunciou a ruptura das relações diplomáticas com os Estados Unidos e ordenou a saída do país de todos os diplomatas americanos, o que Washington se negou a obedecer. Em 24 de janeiro, o departamento de Estado ordenou o retorno de todos os seus funcionários "não essenciais" e dos familiares dos diplomatas. Também aconselhou os cidadãos americanos a abandonar o país.


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