EUA criticam discurso de Assange sobre "caça às bruxas"

EUA criticam discurso de Assange sobre "caça às bruxas"

Para Departamento de Estado americano, australiano quer "desviar as atenções"

AFP

Julian Assange falou na sacada da embaixada equatoriana em Londres

publicidade

O discurso do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que afirmou que os Estados Unidos realizam uma “caça às bruxas”, são absurdas, afirmou nesta segunda-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland. Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 19 de junho. Ele tenta evitar uma extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, os quais nega. Na quinta-feira passada, o governo do Equador concedeu ao australiano asilo diplomático. No entanto, Assange não pode deixar o Reino Unido sem que o governo conceda um salvo-conduto.

Em sua primeira audiência pública desde que chegou à embaixada equatoriana, Assange pediu aos Estados Unidos que parem a "caça às bruxas" contra o Wikileaks, ao mesmo tempo que agradeceu a Quito por ter tido a "coragem" de ter concedido asilo a ele. A porta-voz americana disse que, com isso, Assange "está claramente tentando desviar as atenções do centro da questão do julgamento por abuso sexual”.

Nuland criticou o Equador por estar "tentando criar problemas" na Organização dos Estados Americanos (OEA), que, a pedido de Quito, convocou para esta sexta-feira uma reunião de chanceleres para abordar o tema. A porta-voz reiterou a posição de Washington de que o caso de Assange é um assunto entre Londres, Estocolmo e Quito, e que "não é um tema apropriado para que ser discutido na OEA".

Estados Unidos, Canadá e Trinidad y Tobago foram os únicos três países a votar na sexta-feira passada contra a realização da reunião de chanceleres da organização de 34 países membros. O Equador pediu a reunião para que a OEA se pronunciasse sobre supostas ameaças de Londres de entrar na embaixada para deter Assange, mas o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, já afastou essa possibilidade. "Não vemos por que a OEA possa desempenhar um papel em uma situação hipotética, que não parece ser iminente", acrescentou Nuland.

Bookmark and Share

Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895