EUA e México iniciam conversas sobre tarifas e imigração
Medida foi adotada pelo presidente americano para conter fluxo de migração ilegal
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Funcionários de alto escalão dos governos dos Estados Unidos e do México vão iniciar conversas nesta segunda-feira numa tentativa de reverter a ameaça do presidente Donald Trump de impor tarifas a produtos mexicanos se o aliado do sul não se esforçar para conter o fluxo de imigrantes ilegais que atravessam a fronteira. Em tuíte publicado no último domingo, Trump mencionou que uma grande delegação mexicana seria enviada a Washington para iniciar negociações, mas queixou-se de que ambos os lados já vêm conversando há 25 anos. "Queremos ação, não conversa", disse o presidente na ocasião.
Mexico is sending a big delegation to talk about the Border. Problem is, they’ve been “talking” for 25 years. We want action, not talk. They could solve the Border Crisis in one day if they so desired. Otherwise, our companies and jobs are coming back to the USA!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 2, 2019
Trump, que começou nesta segunda-feira uma visita oficial de três dias ao Reino Unido, não vai participar das negociações. Hoje, a ministra de Economia mexicana, Graciela Márquez, deverá se reunir com o Secretário de Comércio americano, Wilbur Ross. Na quarta-feira, delegações lideradas pelo Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e pelo ministro de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, terão reunião em Washington.
Na última quinta-feira, Trump ameaçou impor tarifas iniciais de 5% a importações vindas do México, a partir do dia 10. A ideia é elevar as tarifas gradualmente até o patamar de 25%, em outubro, se o governo mexicano não resolver a questão da imigração ilegal. Trump alega que o México tira vantagem dos EUA há décadas, mas que esse "abuso" irá acabar quando ele passar a tarifar produtos do país.
Parlamentares do Partido Republicano de Trump alertam que a iniciativa do presidente pode atrapalhar esforços de atualizar o acordo comercial entra EUA, México e Canadá. Para o senador John Kennedy (Louisiana), por exemplo, a tarifa contra o México é um "erro" e é improvável que o presidente a adote.