EUA prorrogam até setembro presença de soldados na fronteira com o México

EUA prorrogam até setembro presença de soldados na fronteira com o México

Prazo inicial para a presença dos militares na região era até 31 de janeiro

AFP

EUA prorrogam até setembro presença de soldados na fronteira com o México

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O governo dos Estados Unidos prorrogará até o dia 30 de setembro a presença de militares na fronteira com o México para auxiliar às autoridades diante do fluxo migratório irregular. Como parte da decisão de prorrogar a missão além do prazo inicial, de 31 de janeiro, o Pentágono informou estar "iniciando a transição de seu apoio na fronteira sudoeste de reforço nos pontos de entrada e vigilância", assim como instalando barreiras de arame farpado ao longo da fronteira.

"O departamento de Defesa continuará dando apoio aéreo" na fronteira, acrescenta a declaração. O Pentágono tem 2.350 soldados ativos estacionados ao longo da fronteira, mobilizados após uma polêmica ordem emitida pelo presidente Donald Trump no ano passado, antes das eleições de meio de mandato.

Além dos militares, cerca de 2.200 membros da Guarda Nacional apoiam as operações na fronteira. O papel da tropa tem sido principalmente levantar quilômetros de cercas de arame farpado ao longo de pontos de entrada conhecidos.

A mobilização militar deveria terminar em dezembro, mas o departamento de Segurança Interna (DHS) solicitou ao Pentágono uma primeira extensão até 31 de janeiro devido a uma "ameaça contínua" na fronteira. O DHS fez uma nova solicitação em dezembro, que foi aprovada, ampliando o período de mobilização e modificando a natureza da missão dos militares.

O Pentágono informou que está "iniciando a transição de seu apoio na fronteira sudoeste, passando do reforço nos pontos de entrada a uma vigilância e detecção móveis". Além disso, declarou que o "departamento de Defesa continuará com seu apoio aéreo".

Os críticos à ordem do presidente apontaram uma jogada política, destinada a agradar seus partidários antes das eleições em que seus aliados republicanos perderam o controle da Câmara dos Representantes.

Trump havia evocado uma "emergência nacional" e uma "invasão", diante da chegada de milhares de imigrantes centro-americanos, e sugeriu que os soldados poderiam atirar contra os imigrantes se eles atirassem pedras para o lado americano.

O papel das tropas era principalmente de erigir quilômetros de cercas de arame farpado ao longo de pontos de passagem populares. As intervenções contra as tentativas de entrar à força em território americano ficaram a cargo dos agentes de fronteira, que usaram gás lacrimogêneo duas vezes desde novembro para repeli-los.

Ainda assim, a decisão colocou o Exército, supostamente apolítico, num incômodo primeiro plano. A luta contra a imigração ilegal está no centro do "shutdown" que paralisa há mais de três semanas parte do governo federal.

Nenhum acordo foi alcançado entre o Trump, que exige 5,7 bilhões de dólares para a construção de um muro na fronteira com o México, e a oposição democrata no Congresso, totalmente contrária a este projeto denunciado como "imoral", caro e ineficaz.

Trump parece ter desistido, por enquanto, de declarar uma emergência nacional para libertar o financiamento do muro. Na segunda-feira à noite, centenas de hondurenhos partiram da cidade de San Pedro Sula em uma nova caravana com destino aos Estados Unidos. Trump, determinado a impedir a imigração irregular, estima que esta será a "maior" caravana já vista.

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