EUA se preparam para uma longa jornada eleitoral
Apuração se dará na madrugada de quarta-feira no horário de Brasília
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Os eleitores americanos não votam nesta terça-feira em uma única eleição presidencial em todo o país, mas em 51 mini-eleições em cada estado e na capital federal Washington. Será preciso acompanhar cada uma - com uma dúzia de estados-chave que podem virar o jogo de um lado ou outro - para ver surgir um mapa eleitoral colorido de vermelho (para os republicanos) e azul (para os democratas).
Este mapa interativo serve a cada quatro anos ao deleite da televisão e internet porque proporciona uma fotografia implacável, hora a hora, do equilíbrio de poder republicanos/democratas. Milhões de americanos já votaram antecipadamente. A votação é feita indiretamente, uma vez que os cidadãos escolhem delegados que designarão em 19 de dezembro Hillary Clinton ou Donald Trump. Há um total de 538 delegados, o número variando para cada estado de acordo com a sua população.
Para entrar na Casa Branca em 20 de janeiro de 2017, o número mágico é de 270, ou a maioria absoluta dos 538 grandes eleitores. Em 48 estados, a votação é majoritária, o que significa que o candidato que vence ganha todos os eleitores do estado.
Noite de surpresas
Os americanos elegem seu presidente e vice-presidente, votando em um vasto território compartilhado por quatro fusos horários. Os primeiros colégios eleitorais serão fechados na Costa Leste às 0h GMT e os últimos no Alasca às 06h GMT (4h00 de Brasília) de quarta-feira. As festividades vão começar, portanto, às 0h GMT (22h00 de Brasília de quarta) quando todas as sessões na Georgia, Carolina do Sul, Virgínia e Vermont, assim como Indiana e Kentucky, fecharem as urnas.
As primeiras surpresas poderiam aparecer na Geórgia, se Donald Trump perder este estado do sul, normalmente republicano, e na Virginia se nesse estado, vencido em 2012 pelo presidente Barack Obama, Hillary Clinton derrapar.
Meia hora depois, às 0h30 GMT, o choque poderia ocorrer nos estados-chave de Ohio e Carolina do Norte, que têm respectivamente 18 e 15 delegados: Ohio, rural e industrial, é historicamente democrata e a Carolina do Norte tradicionalmente republicana. Mas os dois podem mudar para o outro lado. Entre 1h00 GMT e 2h00 GMT, serão trinta estados e suas dezenas de eleitores que vão colorir o mapa eleitoral de vermelho e azul.
A atenção estará voltada para a Flórida e seus 29 delegados, conquistados por Barack Obama em 2012 depois de quatro dias ao contagem das cédulas. Este estado do sul foi responsável em 2000 por decidir a eleição entre George W. Bush e Al Gore.
Outros destaques são New Hampshire, estado rural com espírito independente, normalmente democrata, mas muito disputado este ano, e Pensilvânia, reduto industrial de trabalhadores de colarinho azul com 20 votos eleitorais.
Às 2h00 GMT de quarta-feira, serão anunciados os resultados do Arizona e Texas, estados conservadores e fronteiriços do México, que por um tempo cortejaram a democrata, mas onde nas últimas pesquisas davam uma vantagem confortável para Donald Trump.
Redutos democratas com um total de 35 votos eleitorais, Colorado, Michigan e Wisconsin poderiam alterar a ordem das cartas em favor do republicano.
Toda a madrugada
As televisões, que fornecerão os resultados estado por estado graças a um sofisticado sistema de contagens parciais, pesquisas de boca de urna e suas próprias projeções, normalmente não esperam os 55 votos eleitorais da Califórnia (4h00 GMT) para anunciar o nome do novo presidente dos Estados Unidos. Mas este ano, dado o acirramento registrado nos últimos dias, a madrugada nos Estados Unidos se anuncia longa, especialmente se nenhum resultado claro sair na Flórida.