EUA tem condições de defender Taiwan se necessário, diz general Milley

EUA tem condições de defender Taiwan se necessário, diz general Milley

General Milley considerou pouco provável que a China tome qualquer ação militar nos próximos 24 meses

AFP

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Os Estados Unidos têm total capacidade de defender Taiwan de um ataque da China, se for necessário. A declaração foi feita pelo chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, nesta quarta-feira (3).

Ao ser questionado, durante o Fórum Aspen de Segurança, sobre se o Pentágono poderia defender a ilha, respondeu: "Temos absolutamente a capacidade. Não há dúvidas a respeito". O general Milley considerou, porém, pouco provável que a China tome qualquer ação militar contra Taiwan nos próximos 24 meses.

"No entanto, os chineses estão claramente construindo capacidaes para dar essas opções aos seus líderes se decidirem usá-las em algum momento no futuro", disse. Também disse que os Estados Unidos mantêm sua política de "ambiguidade estratégica" sobre a proteção de Taiwan e que seria uma decisão presidencial intervir ou não caso a China atue para tomar o controle da ilha.

"Temos absolutamente a capacidade de fazer todo tipo de coisa ao redor do mundo, incluindo essa se for necessário", insistiu Milley. Também acrescentou que os Estados Unidos consideram que as diferenças entre China e Taiwan devem ser resolvidas pacificamente baseando-se na vontade dos cidadãos dos dois lados.

"Estamos simplesmente interessados em um resultado pacífico", afirmou.

Milley também destacou que após sete décadas de concorrência entre duas superpotências nucleares - Rússia e Estados Unidos -, a rápida expansão do exército chinês e suas capacidades tecnológicas criaram uma rivalidade de três polos que aumenta a complexidade. Ele acrescentou que o teste em agosto de um míssil hipersônico com capacidade nuclear, que deu a volta ao mundo a uma altitude relativamente baixa e a uma velocidade mais de cinco vezes maior que a do som, foi quase tão significativo quanto o impressionante lançamento do Sputnik pela Rússia em 1957, o primeiro satélite lançado ao espaço.

O teste hipersônico foi "muito significativo", insistiu ao destacar os avanços chineses na tecnologia militar. "Somos testemunhas de um dos maiores movimentos no poder geoestratégico mundial já vistos", destacou.

A consequência, segundo Milley, é que o mundo está entrando em um período "potencialmente muito mais instável a nível estratégico" do que nas décadas após a Segunda Guerra Mundial.


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