Exército israelense mata dois palestinos na Faixa de Gaza
Bombardeios aéreos ocorrem na região desde sábado contra 18 "alvos terroristas pertencentes ao Hamas"
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Segundo testemunhas palestinas, as vítimas foram atingidas por disparos perto da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, governada pelo movimento islamita palestino Hamas. Outros dois palestinos ficaram feridos. O Exército israelense disse ter dado "tiros de advertência" na direção de um grupo de palestinos que se aproximava do muro da fronteira "de um modo suspeito".
Desde sábado, Israel lança bombardeios aéreos contra 18 "alvos terroristas pertencentes ao Hamas" na Faixa de Gaza, depois que um artefato explosivo feriu soldados na fronteira e que um projetil disparado de Gaza alcançou uma cidade israelense também perto da divisa. "Oito alvos foram atacados em um recinto militar perto de Deir el-Balah (...), incluindo uma fábrica de armas e infraestruturas de treinamento", garantiu o Exército em um comunicado. Entre os alvos, estariam instalações militares situadas perto de Deir el-Balah e de Khan Yunis.
Em um comunicado, o Exército alegou que o ataque acontece em represália a uma explosão que feriu quatro soldados israelenses, dois deles "gravemente", quando patrulhavam a zona próxima à barreira entre Israel e o território palestino. Os soldados não estão em perigo, esclareceu o porta-voz das Forças Armadas, tenente-coronel Jonathan Conricus.
Em nota, o braço armado do Hamas - as brigadas Ezedin al-Qassam - afirmou ter atirado contra aviões israelenses, o que seria um fato excepcional nos últimos anos. O porta-voz do Exército israelense negou que isso tenha acontecido. Pouco depois dos ataques aéreos, o Exército israelense informou a ocorrência de um disparo procedente da Faixa de Gaza, provavelmente de um míssil, no sul de Israel.
Este é um dos mais graves incidentes na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, desde a última guerra entre ambos os lados, em 2014. Falando da Alemanha, onde participa da Conferência de Munique sobre segurança, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o episódio de sábado como "grave". "Responderemos da maneira apropriada", garantiu ele, em um comunicado.
O tenente-coronel Conricus comentou que um "grupo criminoso" havia reivindicado a autoria do ataque, em uma alusão aos grupos salafistas presentes em Gaza. "Mas, do nosso ponto de vista, o Hamas é responsável" por autorizar as manifestações de moradores de Gaza na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, acrescentou. Segundo ele, o explosivo teria sido colocado um dia antes, durante um desses protestos.