Ex-comandante-chefe do Exército chileno é detido por torturas na ditadura de Pinochet

O ex-comandante-chefe do Exército do Chile Juan Emilio Cheyre e outros três ex-oficiais foram detidos pela tortura de 24 pessoas durante a ditadura de Augusto Pinochet, 1973. Cheyre e os demais militares se encontram detidos na Brigada de Direitos Humanos da Polícia de Investigações, e serão investigados "na qualidade de autores do delito de aplicação de tormentos a detidos" no regimento Arica, na cidade de La Serena, ao norte do páis, em fatos ocorridos poucos dias depois do golpe militar que levou Pinochet (1973-1990) ao poder, informou um comunicado do Poder Judicial. Como comandante das Forças Armadas entre 2002 e 2006, ele foi o primeiro a pedir perdão pelos excessos dos militares no passado.

Este caso faz parte de outro processo pelo qual Cheyre já foi condenado, em novembro passado, a três anos de liberdade vigiada por encobrir 15 homicídios em 1973, um dos episódios da chamada "Caravana da Morte", na qual grupos de militares realizavam viagens por várias cidades para realizar julgamentos e execuções de opositores da ditadura. Ele já havia sido detido em 2016 por este caso, mas dias depois posto em liberdade após pagar uma fiança de 1,5 mil dólares. Durante a ditadura, 3.200 pessoas morreram ou desapareceram, e cerca de 38 mil foram torturadas, segundo dados oficiais.