Finlândia investiga ataque que deixou dois mortos como terrorismo

A polícia investiga o ataque a facadas que matou duas mulheres nessa sexta-feira na cidade finlandesa de Turku como um ataque terrorista e identificou neste sábado o suposto autor, um marroquino de 18 anos. "Inicialmente o ato foi investigado como assassinato, mas durante a noite recebemos informações adicionais que indicam que foi um ataque terrorista", anunciou a polícia em um comunicado. "O suspeito é um cidadão marroquino de 18 anos", informa a nota oficial. A polícia prendeu o agressor nessa sexta-feira em uma praça do centro de Turku, sudoeste do país, depois que ele foi atingido por um tiro em uma perna.

"Acreditamos que o agressor tinha um alvo especial contra as mulheres, e que os homens foram feridos depois de sair em defesa das mulheres", disse a superintendente Christa Granroth, do Escritório Nacional de Investigação da Finlândia. Uma mulher faleceu no local do ataque e outra no hospital.




"Investigamos o papel das outras cinco pessoas, mas ainda não temos certeza se elas têm um vínculo com o ataque", explicou. "Vamos interrogá-las e depois poderemos revelar mais informações. Mas estas pessoas estiveram em contato com o principal suspeito", disse Laine. A agressão aconteceu às 16h (10h de Brasília) dessa sexta-feira no centro da cidade portuária, em um bairro muito movimentado.

"Uma jovem gritou muito alto em uma esquina. Vimos um homem com uma faca na mão", contou uma testemunha, que não quis revelar o nome, ao canal público YLE. O principal suspeito está hospitalizado por seu ferimento na perna. A polícia apreendeu um veículo Fiat Ducato supostamente vinculado ao ataque de sexta-feira.

O governo intensificou a segurança nos aeroportos e estações ferroviárias. Também aumentou o número de viaturas nas ruas. Em junho, a Finlândia elevou o nível de risco de atentados no país, depois de identificar uma atividade do grupo Estado Islâmico (EI). Até o momento não foi possível determinar se o ataque de Turku está relacionado com os círculos jihadistas.  "Se está vinculado (ao jihadismo) é mais ou menos uma continuação dos ataques na Europa", afirmou Leena Malkki, pesquisadora da Universidade de Helsinque.

Os principais suspeitos dos atentados que deixaram 14 mortos e mais de 100 feridos na quinta-feira e sexta-feira nas cidades espanholas de Barcelona e Cambrils também eram marroquinos, mas Malkki disse que não havia nenhum motivo para pensar que exista um vínculo entre as ações nos dois países. "Muitos países europeus falam da radicalização dos jovens marroquinos", declarou. "Temos que manter a calma, o ódio não é a resposta à ira", escreveu no Twitter o primeiro-ministro Juha Sipilä.