Força Aérea Brasileira auxilia no resgate de mais dois reféns das Farc

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) entregaram, nesta sexta-feira, dois novos reféns a uma missão humanitária que recebe o apoio de dois helicópteros da Força Aérea Brasileira. A guerrilha se comprometeu a libertar outras três pessoas até domingo. Na quarta, o vereador Marcos Baquero já havia sido entregue à Cruz Vermelha.

Desta vez, foram libertados o vereador conservador, Armando Acuna, sequestrado em maio de 2009, e o fuzileiro naval colombiano Henry Lopez, de 25 anos, capturado em maio de 2010. A informação foi divulgada pelo Comitê internacional da Cruz Vermelha (CICV). "Ele me disse que estava bem", declarou a esposa de Armando Acuna, Nubia Segura, após ter conversado com o marido por telefone.

Pouco depois Armando Acuna falou a uma rádio local, dizendo que faria um apelo à unidade de todos os cidadãos, pela "paz e a reconciliação", na Colômbia. O político e o militar foram resgatados por missão humanitária composta por dois delegados do CICV e pela mediadora colombiana Piedad Cordoba, que depois da operação seguiu em helicóptero da FAB para um destino mantido em segredo.

Os cinco reféns são os primeiros libertados pela guerrilha desde que assumiu o ex-ministro da Defesa (2006-2009) Juan Manuel Santos chegou à presidência, em agosto de 2010. As Farc, criadas em 1964 e ativa em cerca da metade do território colombiano, ainda mantém 18 reféns que ela qualifica de "prisioneiros políticos". São policiais e militares que pretendem trocar por seus combatentes presos. Uma centena de civis estariam detidos por esta guerrilha e a do Exército de Libertação Nacional (ELN) segundo as autoridades colombianas.

Durante a semana, Piedad Cordoba, ex-senadora do Partido Liberal (centro-esquerda), que contribuíra, antes, com a libertação de 15 reféns, como mediadora, havia deixado entender que a soltura do conjunto de "prisioneiros políticos" poderia ocorrer até o mês de julho, despertando a esperança de um diálogo de paz.

No entanto, na quinta-feira, o presidente colombiano Juan Manuel Santos revelou que esteve a ponto de "suspender", a operação de libertação de Marcos Baquero, na quarta-feira, após ser informado do sequestro de dois empregados de uma fábrica de papelão pela guerrilha. "É totalmente inaceitável que as Farc libertem uma parte dos reféns, apresentando isto como um gesto de generosidade, e ao mesmo tempo capturem outras pessoas", declarou o chefe de Estado. "Exigimos a libertação de todos os reféns e rejeitamos esta moral dupla", denunciou Santos.