Os militares venezuelanos demonstram mais uma vez que atuam como uma força monolítica em seu apoio ao presidente esquerdista Nicolás Maduro, sem que as denúncias de fraude da oposição sobre a reeleição ou a pressão internacional afetem o que definem como "apoio incondicional"
Maduro é "nosso comandante em chefe, que foi legitimamente reeleito pelo poder popular e proclamado pelo Poder Eleitoral para o período presidencial 2025-2031", afirmou esta semana o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, ignorando os pedidos da oposição e da comunidade internacional por uma contagem de votos transparente.
A militarizada Guarda Nacional foi mobilizada nas ruas para dissolver os protestos após as eleições, utilizando gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Batizadas como bolivarianas pelo ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), as Forças Armadas venezuelana não escondem sua politização. Teve entre os seus lemas "Pátria, socialismo ou morte!", transformado em "Pátria, socialismo e vida!", quando o líder socialista foi diagnosticado com câncer. "Chávez vive!" é a saudação oficial atualmente.
A Constituição Bolivariana adotada em 1999 por Chávez - um carismático tenente-coronel que se tornou conhecido quando liderou uma tentativa de golpe em 1992 – concedeu o voto aos militares. De modo paralelo, ganharam um imenso poder com cargos cruciais em instituições estatais, incluindo a vital indústria do petróleo.
Após a morte do líder socialista, seu sucessor Nicolás Maduro aumentou ainda mais a influência dos militares.