Forças Armadas pedem a renúncia de Evo Morales para pacificar a Bolívia

Forças Armadas pedem a renúncia de Evo Morales para pacificar a Bolívia

País enfrenta protestos neste domingo após OEA apontar irregularidades nas eleições

AFP

Morales pediu para a população baixar a tensão

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O comandante-chefe das Forças Armadas da Bolívia, o general Williams Kaliman, pediu neste domingo ao presidente Evo Morales que renuncie. O país enfrenta protestos por sua questionada reeleição na votação de 20 de outubro, nas qual a Organização de Estados Americanos (OEA) apontou irregularidades. "Após analisar a situação conflituosa interna, pedimos ao presidente de Estado que renuncie a seu mandato presidencial permitindo a pacificação e a manutenção da estabilidade, pelo bem da nossa Bolívia", disse o general Kaliman à imprensa. "Nos somamos ao pedido do povo boliviano de sugerir ao senhor presidente Evo Morales que apresente sua renúncia para pacificar o povo da Bolívia", declarou também o comandante geral da Polícia, general Vladimir Yuri Calderón.

Já o líder regional opositor boliviano Luis Fernando Camacho entregou na sede de governo de La Paz uma carta de renúncia que pretende que o presidente Evo Morales assine e uma Bíblia, conforme havia prometido. Acompanhado por uma multidão, Camacho entrou na sede de governo da Praça Murillo junto com o dirigente cívico de Potosí Marco Pumari, onde simbolicamente entregou o documento para Morales.

Camacho, líder do Comitê Cívico Pro Santa Cruz (leste), e Pumari, e o advogado Eduardo León, se ajoelharam diante de um imenso escudo boliviano no meio de um corredor da casa do governo, onde depositaram a carta e a Bíblia, de acordo com uma foto divulgada nas redes sociais. "Não vou com armas, vou com minha fé e minha esperança; com uma Bíblia na minha mão direita e sua carta de renúncia na minha mão esquerda", disse ele em um grande comício na segunda-feira passada na cidade de Santa Cruz, reduto da oposição. Camacho disse que quer que Deus volte à sede do governo, pois foi retirado pelo presidente de esquerda.

Neste domingo, Morales pediu para a população "baixar a tensão" devido ao grande número de protestos e ataques na Bolívia. "Temos a obrigação de pacificar a Bolívia. Convoco ao respeito entre parentes, que se respeite a propriedade privada, as autoridades e os setores sociais", escreveu o presidente, reforçando o pedido pelo fim da violência. “Não podemos estar nos enfrentando entre nós, irmãos bolivianos.” Mais cedo, ele convocou novas eleições. 


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